As vendas de combustíveis no mercado brasileiro em 2010 devem ser recorde e superar o crescimento de 9% relativo ao ano anterior, obtido apenas em 2008. A previsão foi feita hoje pelo diretor da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Alan Kardec. Apesar da crise, ele disse que o desempenho do mercado em 2009 pode ser considerado bastante bom. “Em outros países houve queda de consumo, enquanto aqui o mercado cresceu 2,7%”, avaliou, sem divulgar números relativos a outros países. Ele destacou que, nos dois primeiros meses deste ano, o consumo segue aquecido, mas ainda não revelou números relativos a estes dois meses.
Sobre janeiro e fevereiro, o diretor apenas comentou que o consumo de etanol caiu 25% por conta de sua paridade com a gasolina. “Hoje compensa consumir etanol apenas em Mato Grosso. Nos outros Estados as vendas estão despencando”, disse. Ele afirmou, no entanto, que não há uma migração direta do consumidor de etanol para o de gasolina sendo constatada no mercado. Sem revelar números relativos aos demais combustíveis nestes dois primeiros meses do ano, Kardec também afirmou que o consumo de gás natural veicular (GNV) não teve um forte reflexo como substituição do etanol nos veículos.
O diretor destacou ainda que aposta na retomada do consumo de etanol na segunda quinzena de março. “Este ano vamos ter uma safra recorde de cana-de-açúcar, o que vai nos permitir dar continuidade nos planos de ampliar a nossa matriz energética com fontes renováveis.”
Em 2009, a matriz veicular teve participação de 20,6% de etanol (hidratado e anidro), ante 18,2% em 2008. O biodiesel aumentou sua participação de 1,3% para 1,7%, substituindo principalmente o diesel, que teve uma redução em sua participação no mercado, de 52,6% para 50,2%. Já a gasolina reduziu sua fatia de 26,1% para 25,7% e o GNV de 1,9% para 1,8%.
O Brasil pode ter economizado pelo menos US$ 1,3 bilhão no ano passado em divisas com a substituição de óleo diesel por biodiesel, disse o superintendente de Abastecimento da ANP, Dirceu Amorelli. Segundo ele, o valor equivale ao óleo diesel que deixou de ser importado pelo país para abastecer o mercado, por conta da adição do biodiesel. No ano passado, a adição era de 3% no primeiro semestre e passou para 4% no segundo semestre. “A tendência é de que com a adição a 5% este ano haja uma redução ainda maior nestas divisas”, estimou.