A crise do setor elétrico que ocorre desde o ano passado pode funcionar como uma oportunidade para o desenvolvimento de um mercado mais estável do gás natural, utilizado como insumo pelas usinas térmicas, afirmou nesta terça-feira, 03, o diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) Helder Queiroz, que participa de seminário promovido pelo Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP).

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O argumento de Queiroz é que, com a crise, o abastecimento de gás às térmicas passou a ser prioridade e repercutiu na defasagem do insumo para a indústria, o que, em sua opinião, é economicamente prejudicial ao País. “O que a gente vê é que o gás é uma fonte competitiva para a indústria. É importante para o desenvolvimento econômico do Brasil”, afirmou o diretor da ANP, complementando que a agência está trabalhando para estimular o crescimento do mercado de gás, inclusive, com a oferta de novas áreas exploratórias voltadas à produção do produto.

Por enquanto, contudo, há uma limitação da produção brasileira de gás, ressaltou. O crescimento da oferta tem partido de importações, seja porque houve um investimento relevante em terminais de regaseificação pela Petrobras para importar o produto liquefeito, seja porque a compra de 30 milhões de metros cúbicos diários, em média, da Bolívia, tende a ser mantido porque atende a estratégias geopolíticas importantes para o Brasil.

Sobre a exploração e produção de gás natural não-convencional, a mensagem do diretor da ANP é de que é preciso ter cautela. “A gente só conhece a geologia (de áreas onde há expectativa de encontrar gás não-convencional) na hora que perfura. Mesmo em bacias promissoras, ainda estamos muito longe de atingir o grau de conhecimento geológico dos Estados Unidos (importante produtor mundial)”, disse Queiroz.

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