A variação expressiva do preço da gasolina e do etanol em Salvador, na contramão do restante do país, em setembro, ocorreu porque os postos aumentaram os preços após meses consecutivos de queda.

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A explicação é do Sindicato dos Combustíveis da Bahia (Sindicombustíveis Bahia). Enquanto na média do país a gasolina ficou 0,5% mais barata e o etanol, 0,7%, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) captou alta de 10,98% e 12,2%, respectivamente, na capital baiana.

Na mesma linha da argumentação do sindicato, também a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que monitora os mercados municipais, informou que o aumento de preços foi pontual no mês e não reflete a fotografia do mercado local em todo o ano.

Segundo a agência, até então, não havia motivo para que os postos de Salvador fossem investigados sobre uma possível formação de cartel. Mas, a partir de agora, a agência reguladora passará a acompanhar o comportamento dos preços na capital e, se houver indicação de que os revendedores de combustíveis estão combinando preços, o caso poderá ser enviado ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para análise, informou a ANP, por meio de sua assessoria de imprensa.

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No Cade, não há qualquer registro público de investigação dos postos de Salvador. No entanto, sua assessoria informa que não é descartado que o Conselho esteja promovendo algum processo sigiloso.

Em setembro, o litro da gasolina custava, em média, R$ 3,076 para o consumidor final de Salvador, enquanto, na média do Brasil, estava a R$ 2,963. Neste mês, houve novo aumento.

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De acordo com o levantamento realizado pela agência reguladora, os postos da capital baiana aumentaram mais uma vez os preços em outubro, para R$ 3,078 por litro, novamente acima da média nacional, de R$ 2,949 por litro. Mas, até agosto, o cenário era outro. Em Salvador, o litro da gasolina custava R$ 2,695 enquanto, na média do país, estava em R$ 2,960.

“Houve uma guerra concorrencial na cidade de maio a agosto. Quando um dono de posto baixa o seu preço, todos os demais seguem o mesmo movimento. Até que, em um momento, um não aguenta mais a situação e sobe o preço, decisão, mais uma vez, seguida por todos os outros. Foi isso o que aconteceu. Mas esse foi um cenário pontual, em setembro. A alta captada pelo IPCA na reflete a fotografia do mercado de Salvador em todo o ano”, argumentou o presidente do Sindicombustíveis Bahia, José Augusto Costa.