Ano de 2013 foi bom para o comércio, mas já sinalizava desaceleração, avalia IBGE

O ano de 2013 ainda foi bom para o comércio, mas já sinalizava uma desaceleração, afirmou na tarde desta sexta-feira, 14, Andréa Bastos, gerente da Pesquisa Anual do Comércio (PAC) divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o órgão, apesar do avanço da receita líquida, as atividades do varejo e de veículos registraram o menor crescimento real da série, iniciada em 2007.

“A atividade de veículos vinha muito forte, por conta de financiamento, crescimento da renda e outras facilidades. Mas em 2013 o crescimento real da receita operacional foi de 4,1% ante 2012, o menor da série. Pode ter sido já efeito de uma desaceleração do crédito e um menor crescimento da renda”, disse Andréa.

Segundo a economista, outro sinal de que as famílias puseram um freio no consumo de veículos é a alta na receita real do setor de peças. “Elas podem ter optado por elevar gastos com manutenção”, contou a especialista.

No varejo, o avanço real da receita operacional foi de 7,2%, também o menor desde 2007. Quem impediu uma deterioração ainda mais intensa foram os mercados de bairro, o setor de tecidos e as lojas de material de construção – estas foram um destaque absoluto, com crescimento real de 21,8% no ano.

O atacado foi o único setor do comércio que teve um avanço mais vigoroso na receita operacional, com ganho de 11,2% em 2013 ante 2012, apontou o IBGE. “O ano de 2013 ainda foi bom para o comércio, embora na série tenha sido o menor crescimento”, disse Andréa.

Emprego

O comércio segue sendo uma das atividades que mais emprega no País, respondendo por cerca de 18% do total de pessoal ocupado no Brasil. Em 2013, o crescimento do número de trabalhadores foi de 4,4% em relação ao ano anterior (um dos menores da série, perdendo apenas para 2012, quando o avanço foi de 4,2%).

Os salários, por sua vez, tiveram o menor crescimento real da série. Em 2013, o avanço foi de 6,8% em relação a 2012. No total, segundo o IBGE, os profissionais do comércio receberam R$ 168,249 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações há dois anos.

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