Ano de 2005 foi ótimo para emprego formal

Foto: Lucimar do Carmo/O Estado

Ministro Luiz Marinho, do Trabalho: crescimento razoável.

Em todo o ano de 2005, foi gerado no País 1,831 milhão de novos empregos formais, segundo a Relação Anual de Informações Sociais (Rais) divulgada ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Desse total, 1,474 milhão de contratações ocorreram com carteira assinada, obedecendo à Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), e outros 357 mil tornaram-se servidores públicos por concurso ou militares. Esse foi o segundo melhor resultado do mercado formal de trabalho desde 1985, quando teve início a série histórica da Rais, e só perdeu exatamente para o ano de 2004, quando houve alta de 6,30%.

Entre os empregos criados no ano passado, 24% das ocupações (444 mil) foram criadas na administração pública (alta de 6,16%), sendo 337 mil na administração municipal, 16,1 mil na federal e 6,2 mil na estadual.

Segundo o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, os dados revelam uma melhora no perfil do mercado de trabalho, já que o crescimento dos empregos formais foi maior que o de informais, considerando as informações da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgada pelo IBGE.

Marinho destacou ainda o que considerou um ?crescimento razoável? da massa de salários pagos, que aumentou 8,09%. O salário médio real no período subiu 2,14% e passou de R$ 1.112,06 em dezembro de 2004 para R$ 1.135,35 em 2005.

A Rais de 2005 foi baseada na declaração de 2,724 milhões de estabelecimentos com vínculo formal, um número 3,73% maior que o de 2004. A expectativa do governo é a de que esse número de empresas na formalidade cresça ainda mais a partir do próximo ano, estimulado pela aprovação da lei da micro e pequena empresa, que tramita no Congresso Nacional.

O total de vagas formais e informais criadas no atual governo chega a 7,6 milhões, segundo o ministro, considerando 5,7 milhões de empregos formais até agosto deste ano. Para o ministro, esse total chegará a 8,5 milhões até o final de 2006.

Marinho comemorou ainda o fato de o emprego formal ter crescido em todos os estados brasileiros. Em São Paulo foram criados 487 mil postos de trabalho (alta de 5,26%), em Minas Gerais 259,8 mil (7,79%), na Bahia 138,7 mil empregos formais (9,51%) e no Rio de Janeiro 131,6 mil (4,3%).

O setor de serviços foi o que mais gerou postos de trabalhos formais em 2005, com um total de 609,5 mil vagas (crescimento de 6,16%). A administração pública vem em seguida, com 444 mil empregos, o comércio com 417,9 mil e a indústria de transformação com 206,6 mil. Já o mercado de trabalho na agricultura ficou praticamente estagnado, com um crescimento de apenas 0,36%, ou 4,7 mil novos postos de trabalho formal.

Perfil

As mulheres continuaram ganhando menos que os homens em 2005, mas reduziram a diferença salarial, segundo a Rais. Enquanto as trabalhadoras receberam um aumento real de 2,95% nos rendimentos no período, os homens empregados obtiveram um ganho real de 1,80%. Isso fez com que o rendimento médio das mulheres passasse de 81,2% para 82,1% do que é recebido pelos homens.

Os ?veteranos?, segundo o ministro, também ganharam espaço no mercado de trabalho em 2005. Segundo o documento do Ministério do Trabalho, a maior expansão relativa do emprego formal ocorreu na faixa de 50 a 64 anos, com alta de 9,76%, ou 337.660 empregos.

O emprego para os jovens foi o que registrou menor crescimento no mercado formal, com expansão de apenas 4,68% (ou 14.049 vagas) para trabalhadores de 16 a 17 anos, e 4,30% (ou 250.847 vagas) entre 18 e 24 anos.

Na faixa de 30 a 39 anos, onde está concentrado o maior número de trabalhadores (9,6 milhões) do mercado formal, o crescimento também foi relativamente pequeno (4,3%), com a criação de 398.828 postos de trabalho.

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