Annan pede em Davos fim de subsídios agrícolas

O secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, pediu o fim dos subsídios agrícolas em um discurso a líderes políticos e empresários presentes no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. “Os subsídios agrícolas favorecem as forças de mercado. Eles destroem o meio ambiente, e eles bloqueiam as exportações de países pobres nos mercados internacionais”, disse Annan.

O secretário-geral da ONU afirmou que o combate à pobreza e os investimentos em saúde e educação devem voltar ao topo da agenda internacional. De acordo com Annan, essas iniciativas foram deixadas de lado por causa da guerra no Iraque e a ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o terrorismo.

Para Kofi Annan, esforços são necessários para a reconstrução de um “sistema coletivo de segurança” e para “evitar que o mundo deslize rumo a uma competição bruta, baseada nas leis da selva”.

Preconceitos

Durante o discurso em Davos, o secretário-geral da ONU também reclamou dos poucos investimentos em países em desenvolvimento e de negociações comerciais que não conseguiram acabar com preconceitos contra os países pobres.

O secretário-geral das Nações Unidas disse ainda que “em pouco tempo” deve anunciar se uma equipe da ONU está pronta para retornar ao Iraque. O quartel-general da ONU em Bagdá foi atacado em agosto do ano passado. O ataque matou o brasileiro Sérgio Vieira de Mello, representante especial da ONU no Iraque, e a organização retirou seus funcionários do país.

Annan ressaltou que a prioridade da ONU é tomar medidas para assegurar a segurança e o bem-estar de todas as nações. “Nós precisamos mostrar que a ONU é capaz de alcançar esse objetivo, não apenas para os membros mais privilegiados, que estão justificadamente preocupados com a questão da segurança”, disse. “Nós também precisamos defender homens e mulheres de ameaças mais familiares, como a pobreza, a fome e as doenças”, concluiu.

Críticas ao Copom

O megainvestidor George Soros, húngaro naturalizado americano, criticou ontem a política monetária do Banco Central (BC) brasileiro. Perguntado sobre a condução dessa política, Soros afirmou que o Brasil está ?muito bem comportado? e tem sido ?muito ortodoxo?.

As declarações de Soros foram feitas nos corredores do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. Minutos depois, o presidente do BC, Henrique Meirelles, respondeu aos comentários de Soros. Meirelles considerou a opinião do megainvestidor ?legítima?, mas disse que a decisão do BC tem por base fatos econômicos.

Ata explicativa

O presidente do Banco Central brasileiro, Henrique Meirelles, não quis adiantar ontem, em Davos, na Suíça, explicações sobre a decisão do Copom de manter a Selic em 16,5% durante conversa com jornalistas. Ele afirmou que a decisão do BC sobre a Selic, anunciada na quarta-feira, será explicada pela ata da reunião, que será divulgada na próxima quinta-feira.

O magnata americano da informática Bill Gates se comprometeu ontem a contribuir com US$ 1 bilhão de ajuda às iniciativas do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) de países pobres durante cinco anos.

Gates, que participa da reunião anual do Fórum Econômico Mundial em Davos, disse que uma parte dessa ajuda será de contribuição material de tecnologia de sua empresa, a Microsoft, e outra em dinheiro, mas não deu maiores detalhes.

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