Foto: Arquivo/O Estado |
Animais mortos por causa da doença são enterrados. continua após a publicidade |
O Ministério da Agricultura informou ontem, por meio de nota técnica, o número de animais sacrificados em Mato Grosso do Sul por causa do foco de febre aftosa no sul do estado. Foram sacrificados, em Eldorado e Japorã, 2.308 bovinos e 49 suínos de cinco propriedades onde havia contaminação comprovada, seja por exames clínicos ou de laboratório.
As ações de contenção da aftosa em Eldorado resultaram, até o momento, no sacrifício de 592 bovinos e oito suínos na fazenda Vezozzo, primeira a registrar a doença no estado, neste ano. Na fazenda vizinha, Jangada, 562 animais foram para o abate. E no lote 75 do Assentamento Floresta Branca eram 24 bovinos e 41 suínos.
Em Japorã, o trabalho de desinfecção foi concluído na fazenda Guaíra, onde houve o sacrifício de 790 bovinos. Na Fazenda Fronteira, 340 bovinos foram sacrificados. A equipe de vigilância sanitária começou a abrir as valas para depósito dos animais sacrificados na fazenda Santo Antônio.
Em Mundo Novo, onde há um foco, na fazenda Gazin, 26 propriedades foram visitadas, 1.687 bovinos e 46 suínos passaram por vistoria. O trabalho de vigilância sanitária é feito com a Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), do estado, com o apoio da Defesa Civil, Polícia Militar e do Instituto de Desenvolvimento Agrário, Assistência e Extensão Rural (Idaterra).
O Mato Grosso do Sul tem 21 focos de aftosa em propriedades particulares ou de assentamento rural. Os casos da doença estão concentrados numa área interditada, de 25 quilômetros, que inclui os municípios de Japorã, Mundo Novo, Eldorado, Itaquiraí e Iguatemi. O primeiro foco foi registrado no dia 8 de outubro.
Novo foco
O diretor do departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Jorge Caetano, confirmou ontem que há mais um foco de febre aftosa no município de Japorã, no Mato Grosso do Sul. A propriedade onde foram encontrados animais doentes é a maior até o momento e está dentro da área de risco isolada pelo governo.
Essa propriedade em Japorã, cujo nome não foi divulgado, tem 5,5 mil animais. Destes, cerca de 50 apresentaram sintomas da doença. Os técnicos recolheram material que irá para análise em laboratório, para um estudo mais minucioso.
Aves
O desembargador Araken de Assis, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, rejeitou ontem pedido de liminar do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná (Sindiavipar) que pretendia liberar a entrada de produtos de seus associados no Rio Grande do Sul. A entidade solicitava a autorização do trânsito de produtos e subprodutos de abate de aves, pintos de um dia, ovos férteis, ração animal, ingredientes para ração industrializados, acompanhados de certificado sanitário e guia de trânsito emitido pela inspeção federal.
O Sindiavipar ingressou com mandado de segurança contra o decreto 44.085/05, editado no dia 25 de outubro pelo governo gaúcho. O decreto proíbe a entrada, no Rio Grande do Sul, ?de animais, produtos, subprodutos e materiais de multiplicação animal? com origem em outros Estados, como medida preventiva contra a febre aftosa. O decreto considera a confirmação da doença no Mato Grosso do Sul e a suspeita no Paraná.
Liberados animais que estavam retidos em Toledo
A Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab) determinou ontem a liberação dos 635 animais que estavam retidos no Centro de Eventos em Toledo desde o dia 10 de outubro, quando houve a divulgação do foco de febre aftosa no Mato Grosso do Sul. A interdição dos animais pela Seab foi uma medida de precaução, uma vez que cinco animais eram oriundos de Itaquiraí (MS), um dos municípios considerados de risco sanitário.
De acordo com o chefe do núcleo regional da Seab em Toledo, Moacir Luiz Froehlich, os animais tiveram acompanhamento clínico durante 25 dias, para eventual presença do vírus. Como não foi constatado qualquer sintoma nos animais – nem mesmo naqueles que vieram da região de risco -, a Seab decidiu liberar os animais. O memorando, assinado pelo chefe da Divisão de Defesa Sanitária do Estado, Alvarez Cherubini, determinou a desinterdição mediante exame clínico e laudo de inspeção de todos os animais alojados no parque. Entre os animais retidos, quase 300 eram bovinos – inclusive, de elite. Também havia ovinos, suínos e caprinos.
De acordo com o chefe do núcleo regional, o período de incubação do vírus da aftosa é de 16 dias. Mas os animais ficaram retidos por um tempo maior, à medida em que surgiram novos focos no Mato Grosso do Sul. ?A presença viral naqueles animais era muito grande, e como alguns vieram daquela região, achamos melhor permanecer com os animais para ter a certeza da decisão correta?, explicou.
Segundo o chefe do núcleo regional da Seab em Cascavel, Pietro Laginski, em nenhum momento chegou-se a suspeitar de febre aftosa em Toledo, mas as precauções foram tomadas, diante das normas para garantir a sanidade do rebanho e confiabilidade mediante órgãos internacionais como a Organização Internacional de Epizootias.
Com a liberação, cada animal deve seguir seu destino. Aqueles que foram vendidos serão levados pelos novos donos, enquanto os que não foram vendidos retornam às propriedades antigas. ?Para o proprietário, em princípio, não houve prejuízo. Nenhum animal perdeu peso, e ainda nasceram ovinos, suínos?, comentou. A Expo Toledo 2005 aconteceu no período de 8 a 12 de outubro. (Lyrian Saiki)