Foto: José Adair Gomercindo/SECS

 Técnicos examinam animais suspeitos: foco cada vez mais distante do Estado.

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Animais da Fazenda Bonanza, no Mato Grosso do Sul, que estavam sob suspeita de febre aftosa e tiveram seus materiais colhidos e analisados pelo Laboratório Nacional de Agropecuária (Lanagro), foram vacinados contra a doença. Para o Paraná, o fato ganhou uma importância ainda maior. É que a suspeita de focos no Estado surgiram depois que animais daqui tiveram contato com 177 bovinos que vieram da Fazenda Bonanza, durante o leilão de gado realizado em Londrina, em outubro.

?O Ministério da Agricultura alegou que os resultados do Paraná não eram conclusivos, porque não bastavam os exames laboratoriais. Faltavam os exames clínicos e a questão epidemiológica. Agora, com a comprovação de que não há aftosa nessa fazenda, quebramos a última das barreiras?, comemorou o presidente da Sociedade Rural Paranaense (SRP), Edson Neme Ruiz.

Com este resultado, Ruiz espera que o Paraná seja considerado logo livre de febre aftosa, colocando um ponto final nesse imbróglio que já dura quase um mês e meio. ?Durante a reunião na fazenda do ministro (Roberto Rodrigues, da Agricultura) fizemos uma agenda positiva. Agora estamos cobrando para que seja cumprida?, disse.

Na reunião, ficou acertado que o governo faria novas coletas de amostras – 211 inicialmente, mas passaram para 233 -, a flexibilização da Instrução Normativa 34, que de fato foi revogada pela 36, reduzindo a área de risco sanitário do Paraná. Ficou acertado ainda que o Ministério da Agricultura realizaria reuniões com os governos estaduais para que flexibilizassem o comércio entre os estados. ?Isso não foi feito, estamos cobrando?, disse Ruiz, acrescentando que ?não há mais nada que vincule o Paraná à aftosa?.

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O presidente da SRP chamou atenção, ainda, para o gado que não foi vacinado contra a aftosa, por estar em área considerada de risco sanitário. ?Há um número muito grande de animais não-vacinados. A estimativa da secretaria estadual é de 20% do rebanho?, afirmou. ?A única defesa que temos é a imunização do rebanho e, agora, podemos estar suscetíveis à aftosa do Mato Grosso do Sul. E quem vai se responsabilizar por isso??, questionou Edson Ruiz.

Lanagro já tem novas amostras do Paraná

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O coordenador regional da Defesa Sanitária da Secretaria da Agricultura, Onézimo Locatteli, e o coordenador do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário de Maringá (Cesumar), Raimundo Alberto Tostes, doutor em patologia animal, entregaram oficialmente nesta quinta-feira (01) ao Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro), em Belém-PA, as 233 amostras solicitadas pelo ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, ao secretário da Agricultura Orlando Pessuti, no sábado (19), durante encontro no interior do Estado de São Paulo.

As amostras foram solicitadas como exames complementares para liberar definitivamente o Paraná da suspeita de enfermidade vesicular. Segundo Locatteli, o material recebido foi elogiado pelos técnicos do Lanagro. ?Foi considerado de excelente qualidade?, disse. De acordo com Locatteli, todas as 233 amostras foram conferidas individualmente pelos técnicos do laboratório.

As 233 amostras foram coletas em fazendas do Paraná com a presença dos médicos veterinários do Ministério da Agricultura Oscar Hunnig Neto, que atua em Londrina, e Rodolfo Moraes Júnior, de Brasília, designados especialmente pelo ministério para supervisionar o trabalho. As novas amostras somaram-se às 477 que já tinham sido encaminhadas pela secretaria ao Lanagro no período de 22 de outubro a 09 de novembro.

O material coletado é de líquido-esôfago-faringeano (LEF) para pesquisa da presença ou não de vírus. Além das amostras, também foi colhido soro para pesquisa de anticorpos, além de sangue total para genotipagem.

Também participaram do encontro no interior do Estado de São Paulo o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Ágide Meneguette; o presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), João Paulo Koslovski; o presidente do Sindicato da Indústria da Carne e Produtos Derivados do Estado do Paraná (Sindicarne), o diretor-executivo do Fundo de Desenvolvimento da Agropecuária do Estado do Paraná (Fundepec-Pr), Antônio Leonel Poloni; e o presidente da Sociedade Rural de Londrina, Edson Neme Ruiz.