Anfir: produção de implementos rodoviários cai 41,06% no ano, até fevereiro

A indústria fabricante de implementos rodoviários registrou uma queda de 41,06% na produção e nas vendas no primeiro bimestre de 2015, na comparação com o mesmo mês de 2014, segundo dados divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir). Foram 14.728 unidades produzidas nos primeiros dois meses do ano, ante 24.987 em janeiro e fevereiro de 2014.

O segmento de maior queda foi o de reboques e semirreboques (pesado), com a produção de 4.227 unidades no período, volume 55,77% menor que os 9.556 produtos de igual período do ano passado. Já o segmento de carroceria sobre chassis (leve) teve recuo de 31,95%, com a produção e a entrega de 10.501 produtos, ante 15.431 unidades na mesma comparação.

“O desempenho do setor reflete o desaquecimento geral da economia e não há sinais de que o cenário possa ser revertido a curto prazo com medidas de incentivo ao mercado”, avalia Alcides Braga, presidente da Anfir.

A entidade destaca ainda que a queda na arrecadação de impostos e a previsão de analistas consultados pelo relatório Focus, do Banco Central, de que o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano deverá sofrer contração de 0,58%. “Além disso, decisões tomadas pelo governo federal, como a medida provisória que aumenta as alíquotas pagas pelas empresas sobre a receita bruta referentes à contribuição previdenciária, reduzindo a desoneração da folha de pagamento, diminuem a expectativa de curto prazo de que incentivos à produção sejam oferecidos”, acrescenta a Anfir.

Segundo Braga, o atual cenário da economia e o programa de crédito para o setor sinalizam que o ano será difícil para a indústria produtora de implementos rodoviários, que é ligada diretamente a todos os setores que fornecem produtos (matéria prima, semiacabados e acabados). “Se a atividade geral se aquece, esse movimento traz reflexos positivos para a indústria”, explica Mario Rinaldi, diretor executivo da Anfir. “Porém, como em 2014 muitas empresas tiveram resultados ruins, fica difícil recuperar as perdas sem algum tipo de estímulo oficial”, diz.

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