Após sentir os efeitos de um baixo ritmo de atividade econômica ao longo do primeiro semestre do ano, o setor de implementos rodoviários espera que recentes mudanças nas regras de financiamento anunciadas possam limitar a retração nos próximos meses.
Ao comentar o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, que registrou queda de 0,60% na comparação com o primeiro trimestre e de 0,90% frente mesmo período de 2013, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir), Alcides Braga, disse que “o resultado revela o que a indústria já vinha sentindo, ou seja, a queda no ritmo da economia”.
O resultado foi puxado pelo PIB da indústria, que registrou queda de 1,5% ante o primeiro trimestre e retração de 3,4% frente o segundo trimestre de 2013, com significativa influência negativa da indústria automotiva.
Diante desse cenário, Braga lembrou da alteração, feita semana passada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no porcentual financiável de implementos rodoviários e demais bens de capital descritos no programa PSI/Finame. “A alteração no porcentual financiável feita pelo BNDES poderá reduzir um pouco o impacto na retração do mercado de implementos rodoviários que estimamos deverá ser em 2014 na casa dos 10%”, disse.
O porcentual financiável de implementos era de 80% para empresas com Receita Operacional Bruta (ROB) acima de R$ 90 milhões ao ano e de 90% para companhias com ROB igual ou inferior a esse valor. Mas o BNDES publicou na semana passada a Circular nº 35, que unifica os porcentuais em 100%, independente do ROB. Conforme a Anfir, foi a terceira medida adotada pelo governo em um mês para dar suporte à indústria de implementos.
No acumulado de janeiro a julho, as vendas de implementos rodoviários ficaram 9,01% abaixo do registrado no mesmo período de 2013. Em sete meses a indústria fabricou 91.304 unidades ante 100.349 produtos em igual período do ano passado.