O presidente da Anfavea, Antonio Megale, afirmou nesta sexta-feira, 6, que, apesar do recesso parlamentar em julho e do início da campanha eleitoral em meados de agosto, há “boas perspectivas” de o Rota 2030 ser aprovado no Congresso em 120 dias, prazo limite para que uma medida provisória seja apreciada pelos parlamentares.
“Temos muitos aliados no Congresso que entendem que o Brasil precisa de uma política de desenvolvimento para o setor. Recebemos muito apoio, vários líderes se mostraram parceiros. É claro que é preciso trabalhar nisso, mas temos boas perspectivas de que o Rota seja transformado em lei dentro do prazo, e até aperfeiçoado pelos parlamentares”, disse, em coletiva de imprensa.
Nova política do governo de desenvolvimento do setor automotivo, o Rota 2030 foi anunciado na quinta-feira, 5, em Brasília e concede benefícios fiscais às montadoras, em torno de R$ 1,5 bilhão por ano. As empresas, para ter acesso aos incentivos, se comprometem a investir R$ 5 bilhões em pesquisa e desenvolvimento no País. A política foi feita para 15 anos.
Sem citar nomes, Megale comentou o conflito que ocorreu no governo durante a elaboração do Rota 2030. Enquanto o Ministério da Fazenda relutava em dar incentivos fiscais ao setor, o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) ficou ao lado das montadoras. “Acabou vencendo o lado que defende política industrial”, disse o executivo.
Megale afirmou também que a nova tabela do IPI para carros híbridos e elétricos, prevista no Rota 2030, tem de respeitar uma noventena para entrar em vigor. Com isso, deve passar a valer somente em novembro.
Além disso, o presidente da Anfavea disse que a meta de eficiência energética das montadoras para 2022, que na quinta-feira em Brasília foi divulgada como sendo de aumento de 11% no período, ainda não está decidida e poderá ser de 10% a 12%, a depender da palavra final do governo na publicação do Rota 2030.