São Paulo (AE) – A estagnação que já ameaça diversos setores da indústria ainda não foi sentida na indústria automotiva, mas este momento não tardará. É o que diz o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Rogelio Golfarb. Ele declarou ontem que estão ameaçadas as condições que geraram o crescimento desse mercado nos últimos anos. No acumulado de janeiro a maio, foram fabricados 984 mil veículos, 15,6% a mais que no mesmo período em 2004. De acordo com o dirigente, os números positivos devem-se principalmente às exportações, que agora tendem a cair.

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Golfarb esclareceu que a desvalorização cambial de 1999 deu o impulso às exportações, que passaram a quebrar recordes seguidos. Segundo ele, a desvalorização do dólar frente ao real está prejudicando as vendas externas e deve afetar a produção nos próximos meses.

Além disso, o presidente da Anfavea afirmou que os custos de produção continuam altos e as vendas no mercado doméstico estão abaixo do potencial porque o rendimento do consumidor não tem crescido. A meta este ano é vender 1,640 milhão de automóveis e comerciais leves no mercado interno, menos do que as vendas de 1,9 milhão de 1997. Segundo ele, o Brasil está com dificuldade para atrair mais investimentos, inclusive porque precisa disputar com países do leste europeu e China.

?A indústria automotiva nacional não está saudável; atualmente, o sucesso é medido pela entrada de investimento?, disse Golfarb.

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A indústria automotiva do Brasil é uma das maiores do mundo, com 17 montadoras e 500 fornecedores de autopeças. O setor é responsável por 5% do PIB e emprega 1,3 milhão de pessoas.