As montadoras de veículos não descartam novas demissões no setor, apesar de a Anfavea (associação dos fabricantes) dizer que a diminuição dos estoques ajudará a manter o nível de emprego. De acordo com o presidente da associação, Cledorvino Bellini, os cortes, se ocorrerem, serão principalmente no setor de caminhões -“que já passou por cortes”.
No fim de maio, enquanto montadoras como Ford, Volkswagen/Man, Mercedes-Benz, Scania e Volvo anunciavam paralisações das linhas de produção para reduzir os estoques, as autopeças anunciavam antecipação de férias e, em alguns casos, demissões. “Eventualmente alguma montadora pode ter problema, pode ter algum tipo de PDV [Plano de Demissão Voluntária]. No setor como um todo eu vejo otimismo”, afirmou.
O nível de estoques nos pátios ainda permanece estável em maio, apesar da desoneração do IPI anunciado pelo governo no mês passado. Segundo a Anfavea, as vendas nas novas condições demoraram a ser contabilizadas. Os carros que estavam no estoque tiveram de ser faturados de novo para adequação às mudanças.
No mês, os veículos nos pátios das concessionárias e montadoras era suficiente para 43 dias de vendas, o maior nível desde novembro de 2008, durante a crise. O trâmite entre reenvio de nota fiscal às montadoras aumentou o intervalo entre a data da venda e do emplacamento. Segundo a Fenabrave (associação das concessionárias), algumas marcas ainda estão terminando esse processo.
Segundo Bellini, da Anfavea, as vendas do início de junho já ajudaram a trazer o número para menos de 40 dias. Ele acredita que os estoques retornem para níveis normais, de 30 a 35 dias, antes do fim das medidas, no final de agosto.