O avanço da venda de veículos novos no Brasil já atinge 16 dos 27 Estados da federação, informou nesta sexta-feira, 4, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Antonio Megale. “O crescimento do mercado se espalha pelo País”, destacou o executivo.
Em coletiva de imprensa, ele apresentou gráfico que apresenta a evolução do número de Estados com crescimento nas vendas. Em janeiro, eram apenas dois: Minas Gerais e Roraima. Em fevereiro e março, eram três. Depois, o número subiu para cinco em abril e sete em maio. Em junho eram 15 e julho foram 16, mais da metade do total.
Em todo o Brasil, as vendas de veículos novos acumulam, de janeiro a julho, expansão de 3,35% em relação a igual período do ano passado. A projeção para o ano todo é de 4%.
A Anfavea, no entanto, disse que é possível que haja uma revisão das previsões no próximo mês, com um viés de alta para veículos leves e de baixa para pesados. Hoje, as projeções para leves e pesados são, respectivamente, de crescimento de 4% e 6,4%.
Megale comentou também a votação na Câmara que barrou a denúncia de corrupção passiva contra o presidente Michel Temer. Em vez de se posicionar explicitamente a favor ou contra o resultado, ele preferiu dizer que o Brasil precisa de estabilidade política e que “a tendência é vermos isso nos próximos meses”. “Para que outras reformas que são importantes tenham chance de acontecer”, disse.
Tributação mista
O presidente da Anfavea afirmou também que a proposta de tributação mista para veículos – que tem sido discutida nas negociações para elaboração da nova política setorial, o Rota 2030 – é a que “tem mais adeptos”. Ele ressaltou, no entanto, que a ideia é que a mudança na tributação não ocorra já em 2018, mas depois disso, sem precisar um ano.
Hoje, a alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros são definidas de acordo com a potência do motor, com 30 pontos porcentuais a mais para importados. A proposta em discussão pretende adicionar um critério de eficiência energética, que faria com que os carros mais eficientes fossem menos tributados. Megale defende que essa alteração não ocorra já no ano seguinte, quando o Rota 2030 começaria a valer, para que as empresas tenham tempo de adaptar à nova realidade.
Questionado, então, sobre quando a tributação mista poderia começar a ser aplicada, ele respondeu que isso ainda não foi definido. O importante, ele disse, é que as mudanças sejam feitas de forma gradual, para não assustar investimentos. Ele também disse que não vê com bons olhos que, ao final do Rota 2030, daqui a 15 anos, que a tributação seja totalmente definida por eficiência energética. Para Megale, não seria justo que um carro muito sofisticado fosse menos tributado que um carro popular.