O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, afirmou nesta quinta-feira, 23, que a entidade apoia o Projeto de Lei da Terceirização como foi aprovado na Câmara dos Deputados. Segundo ele, a medida, que ainda precisa passar pelo Senado Federal, trará segurança jurídica para todos os setores, dando previsibilidade nos planejamentos.
Questionado se a terceirização deve ajudar o setor automotivo, que já demitiu 3,6 mil trabalhadores neste ano até março, Moan não respondeu diretamente. De acordo com ele, a decisão de terceirizar ou não os operários da produção será de cada montadora, quando o projeto for sancionado. Atualmente, apenas as atividades-meio, como segurança e limpeza, são terceirizadas nas fabricas de veículos.
Greves
Em entrevista à imprensa após anunciar o lançamento do Festival do Consorciado Contemplado, o presidente da Anfavea evitou comentar sobre as greves no setor, em protesto contra as recentes demissões. Atualmente, metalúrgicos da Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo (SP), e da Chery, em Jacareí (SP), estão paralisados. Segundo ele, as greves são “decisões individuais” de cada empresa e sindicatos.
O executivo reconheceu, no entanto, que a indústria automobilística brasileira tem excedente, mas disse não ser possível precisar a quantidade. Ele destacou que, desde 2013, o setor vem utilizando todos os mecanismos possíveis para preservar o emprego, como lay-off (suspensão temporária dos contratos de trabalho), férias coletivas e individuais, redução da jornada de trabalho e licenças remuneradas.
Proteção ao Emprego
O presidente da Anfavea destacou o Programa de Proteção ao Emprego (PPE), que foi apresentado pelas centrais sindicais ao Planalto. O projeto prevê, entre outras coisas, a redução da jornada de trabalho de acordo com a intensidade da crise em cada setor da fábrica. Segundo Moan, o projeto está na “reta final” de análise por parte do governo e, pelas negociações, deverá ser implantado por meio de decreto, ainda sem data prevista.
“Esperamos que o plano seja aprovado o mais rapidamente”, afirmou. O executivo informou ainda que, dentro da negociação do setor automotivo com o governo federal, está previsto o Plano Nacional de Renovação da Frota de Caminhões, o qual ele disse esperar que seja lançado até o início do segundo semestre deste ano.