Mesmo com a redução da Selic promovida pelo Banco Central em março, as taxas de juros das operações de crédito praticamente não se alteraram. De acordo com a Pesquisa de Juros da Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), os juros médios para pessoa física de março ficaram no mesmo patamar de fevereiro, de 6,33% ao mês (108,87% ao ano). Essa taxa mensal é a menor desde o início da pesquisa, em 1995.
De acordo com o levantamento da Anefac, a taxa de juros média geral para pessoa jurídica apresentou uma redução de 0,02 ponto porcentual, de 3,72% ao mês (55,01% ao ano) em fevereiro para 3,70% ao mês em março (54,65% ao ano).
Para a Anefac, o aumento da inadimplência em alguns segmentos fez com que diversas instituições financeiras elevassem as taxas de juros de fevereiro para março nos seguintes produtos: cheque especial (8,33% para 8,34%), empréstimo pessoal via bancos (de 3,81% para 3,84%) e empréstimo pessoal via financeiras (de 8,24% para 8,26%).
Das outras linhas de crédito pesquisadas, ficaram estáveis o cartão de crédito rotativo e CDC para financiamento de veículos. Os juros do comércio caíram 0,08 ponto porcentual, para 4,87%.
As três linhas de crédito para pessoas jurídicas pesquisadas tiveram juros reduzidos no mês. São elas: capital de giro (2,24% ao mês), desconto de duplicatas (2,78%) e conta garantida (6,07%). Com isso, houve uma redução de 0,54% na taxa de juros média, a menor desde dezembro de 2009. Nos três primeiros meses do ano, a redução foi de 3,07 pontos porcentuais: de 57,72% ao ano em dezembro de 2011 para 54,65% ao ano em março.
A taxa de juros média para pessoa física caiu 5,97 pontos porcentuais, passando de 114,84% ao ano em dezembro de 2011 para 108,87% ao ano em março de 2012 (redução de 5,20%). Essa taxa acompanhou a trajetória da Selic, que de dezembro até março caiu de 11,00% ao ano para 9,75% ao ano, diminuição de 1,25 ponto porcentual, equivalente a uma redução de 11,36%.
A expectativa da Anefac é de que os juros voltem a ser reduzidos nos próximos meses, diante das sinalizações do Banco Central e das medidas que tanto a autarquia quanto o Ministério da Fazenda vêm promovendo para evitar uma desaceleração forte na economia.