A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) está estudando mudar a estrutura tarifária do setor elétrico para um modelo em que as áreas com maior qualidade de serviço paguem mais do que as com menor qualidade. A informação foi dada nesta segunda-feira (26) pelo diretor-geral da Aneel, Jerson Kelman, em entrevista logo após o seminário comemorativo dos dez anos de regulamentação das atividades das agências reguladoras no Brasil, promovido pela Associação Brasileira das Agências de Regulação (Abar).

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Os critérios de avaliação de qualidade levariam em conta dois aspectos, segundo Kelman: as horas por ano em que há interrupção no fornecimento de energia e a freqüência com que o serviço é interrompido. De acordo com ele, historicamente as regiões mais ricas conseguiram exercer maior pressão sobre as empresas para que elas fizessem investimentos e oferecessem uma qualidade melhor.

Agora, existe a oportunidade de "fazer justiça diferenciando a tarifa", acrescentou. Ele afirmou, porém, que "nada está decidido" e que existe uma outra opção em discussão, que é exigir que todos tenham a mesma qualidade do serviço, tal como nas áreas mais ricas. Nesta opção, a tarifa ficaria mais cara, exemplificou.

Kelman afirmou ainda que este ano a Aneel conseguiu reduzir os custos com o subsídio ao fornecimento de energia elétrica ao sistema isolado na região Norte de R$ 4,5 bilhões para menos de R$ 3 bilhões. Esses subsídios são pagos através da Conta de Consumo de Combustível (CCC).

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De acordo com Kelman, isso se refletiu em uma queda da tarifa para o consumidor residencial de 2,5%. O diretor lembrou que a Aneel já multou a Eletrobrás por conta dos gastos com a CCC e a agência reguladora entende que a empresa deve licitar a compra de óleo para o sistema isolado, localizado no Norte do País, especialmente Amazonas e Rondônia. A Aneel acredita que, com isso, seria possível reduzir os preços do combustível.