A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estuda mecanismos para minimizar o forte impacto para o consumidor do reajuste anual das tarifas de energia elétrica. Para o diretor-geral da agência, Nelson Hubner, uma das estratégias discutidas é o fim dos reajustes anualizados para novas contratações de energia. Segundo ele, o leilão da usina hidrelétrica de Belo Monte, que será realizado este ano, já poderia incluir uma regra estabelecendo que o reajuste de energia se desse apenas na época das revisões tarifárias das distribuidoras, que acontece de quatro em quatro anos.
“Não posso modificar o que já está contratado. Mas temos um monte de usinas já amortizadas. Na hora de vender essas usinas, podemos colocar umas regras do tipo: não vai mais ter reajuste anual. Assim, se diminuiu o impacto sobre os reajustes”, explicou. Com esse modelo, lembrou, seria possível diluir o impacto do repasse ao consumidor das oscilações nos custos das distribuidoras com a compra de energia, que sofre, por exemplo, influência do dólar no caso da energia de Itaipu. Hubner cita a AES Eletropaulo (distribuidora na Região Metropolitana de São Paulo) para pontuar a questão. A distribuidora irá elevar sua tarifa em 12% em 2009, sendo que 5% reflete apenas o aumento de custo da energia comprada de Itaipu.
“Esse ano, a economia está ruim no mundo inteiro com a crise econômica, nossos índices de inflação estão próximos a zero e temos reajuste de tarifa de energia acima de 10%. Não tem sentido econômico. Temos que procurar formas para diminuir isso”. Segundo ele, à medida que a economia está se estabilizando se torna mais necessário discutir a importância de reajustes anuais.