A Copel foi autorizada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a reajustar em 5,12%, na média, suas tarifas de fornecimento ao consumidor final. Os novos valores vão vigorar a partir deste sábado (24) não significando, no entanto, que venham a ser integralmente repassados pela estatal: desde o reajuste de junho de 2003, a Copel vem concedendo descontos a quem paga pontualmente a sua conta de luz. ?Agora que os novos índices foram oficializados pela Aneel, vamos concluir nossas projeções e discutir o assunto com o governador Roberto Requião, representante do acionista controlador da Copel?, disse o seu presidente, Rubens Ghilardi.
O percentual médio de 5,12% anunciado pela Aneel leva em consideração a tarifa-base da Copel e é resultado da elevação de 14,09% que vai incidir na tarifa-base dos clientes atendidos em alta tensão (grandes indústrias e estabelecimentos comerciais de porte) e da redução de 0,99% na tarifa-base dos consumidores servidos em baixa tensão (entre eles residências, escritórios, propriedades rurais e pequenos comércios).
Ao divulgar os percentuais de reajuste autorizados à Copel, a Aneel anunciou redução de 12,71% na tarifa de energia para os consumidores de baixa tensão e aumento de 1,44% para os de alta tensão – conta que não fecha com o reajuste médio anunciado de 5,12%. O presidente da Copel esclareceu que houve uma pequena confusão nos cálculos feitos pela agência. ?O reajuste médio divulgado tem origem na tarifa-base da Copel, mas os demais percentuais levaram em conta a incidência da CVA, uma compensação sobre a variação da parcela de custos – parte não gerenciáveis das empresas elétricas e que vigora durante 12 meses, desaparecendo ao final desse prazo?, explicou.
A CVA autorizada à Copel no ano passado foi de 9,05%. Com a sua supressão, aliada aos efeitos dos novos percentuais definidos pela Aneel (negativo no caso do consumidor de baixa tensão e positivo para o consumidor de alta tensão), é possível chegar aos números que foram divulgados pela agência.
A Aneel autorizou ontem o ajuste anual de mais duas distribuidoras de energia, além da Copel: da Companhia de Eletricidade de Nova Friburgo (Cenf) e da Cataguazes-Leopoldina (CAT-LEO).
Consumo
De janeiro a abril deste ano, o consumo de energia elétrica entre os consumidores livres e cativos do País cresceu 3,9% frente ao consumo acumulado em igual período do ano passado. As informações foram divulgadas ontem pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
O boletim mensal de análise da EPE indica que, nos primeiros quatro meses do ano, o montante demandado pelo mercado ficou em 115.577 gigawatts-hora, contra os 111.256 gigawatts-hora registrados em igual período de 2005.
Os dados da EPE apontam para um ligeiro declínio do consumo, uma vez que a demanda por energia no primeiro trimestre (portanto de janeiro a março) havia fechado com expansão de 4,5%.
De acordo com a empresa, em abril, foram consumidos 29.063 gigawatts-hora, um aumento de apenas 1,9% sobre o mesmo mês do ano anterior e uma queda de 1,9% em relação a março último.
Em nota sobre os dados do consumo de energia no quadrimestre, a EPE informa que ?esses percentuais caracterizam uma redução significativa do nível de crescimento, na medida em que em fevereiro e março haviam sido registradas taxas de expansão no patamar de 5% e 6%, respectivamente?.
