Além de toda a dor de cabeça que já tiveram com a falta de luz no blecaute de 10 de novembro do ano passado, os consumidores de energia das regiões Sul e Sudeste terão ainda de pagar um acréscimo em suas tarifas, que pode chegar a um ponto porcentual, em decorrência do apagão. A conta foi feita hoje pelo diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Edvaldo Santana.

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Depois do blecaute, com a fragilidade que foi verificada no sistema de transmissão de Itaipu, o transporte de energia da hidrelétrica binacional para o Sudeste foi reduzido. No relatório de fiscalização da Aneel relativo ao papel de Furnas no apagão, há um cálculo de que o uso de usinas térmicas para compensar a diminuição no despacho de Itaipu tem um custo aproximado de R$ 12 milhões por dia. Considerando que essa situação deve prosseguir até o final de abril, quando Furnas terminará de instalar os “chapéus chineses” que vão proteger os isoladores das chuvas, é que Santana chegou à conta de que, ao todo, a geração térmica adicional deverá ter um peso de um ponto porcentual nas tarifas dos consumidores.

Esse efeito, porém, só se fará sentir a partir dos próximos reajustes. É importante lembrar que cada distribuidora do País tem uma data diferente para reajustar suas tarifas.

Fiscalização

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O diretor da Aneel admitiu, com base nos problemas verificados no sistema de transmissão de Itaipu, pertencente a Furnas, que a Agência pode ter que aprimorar sua fiscalização no sistema de transmissão. “A própria Aneel pode precisar melhorar seus processos de fiscalização”, disse Santana, em entrevista coletiva para falar sobre o relatório que embasou a multa de R$ 53,7 milhões a Furnas.

Entre as melhorias que podem ser feitas, segundo ele, está a contratação de mais pessoal. Hoje a Aneel tem apenas dez fiscais próprios para mais de 100 mil quilômetros de linha de transmissão. Para conseguir executar o serviço, ela acaba contratando fiscais terceirizados.

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Santana também explicou que as fiscalizações nas linhas são feitas por sorteio. Uma possível mudança poderia ser priorizar os troncos de transmissão de energia mais importantes, como é o caso de Itaipu. Ele destacou que hoje a Aneel já dispõe de alguns mecanismos para incentivar as empresas de transmissão a investir. Um deles é o de que, além da multa, a empresa tem uma perda de receita quando acontecem episódios como o do ano passado.