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Anbima: Reflexo da reforma começou nos últimos 2 meses, com mais emissões

O vice-presidente da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), José Eduardo Laloni, comemorou nesta quinta-feira, 11, em teleconferência com jornalistas, a aprovação da reforma da Previdência na quarta em primeiro turno na Câmara, por um placar de 379 a 131. Segundo ele, esse passo para aprovação da reforma é um momento muito importante para o mercado de capitais e os reflexos desse movimento já começaram a ser antecipados pelo mercado nos últimos dois meses.

Laloni disse que o texto aprovado na quarta em primeiro turno foi muito superior ao daquela reforma que era aguardada pelo mercado no ano passado, tanto pela economia esperada ao longo de dez anos e ainda pela folga do placar da aprovação.

O volume das emissões neste ano, em especial a corrida das ofertas de ações no segundo trimestre, mostrou o mercado se antecipando em relação à aprovação da reforma, comentou. Laloni disse que os bancos de investimento estiveram bastante ocupados nos últimos meses, com a alta originação de ofertas.

O mercado aguarda agora, segundo o executivo, a continuidade do programa de reformas pelo governo, como o desenrolar da reforma tributária.

O volume de ofertas de ações na primeira metade deste ano, com R$ 29,3 bilhões, já supera o total de 2018, que somou R$ 11,3 bilhões. Neste ano, do total, R$ 24,8 bilhões foram provenientes de ofertas subsequentes (follow ons) e R$ 4,4 bilhões de ofertas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês), de Centauro e Neoenergia.

O vice-presidente da Anbima disse, ainda, que está muito otimista em relação às ofertas de ações para o próximo semestre. Ele comentou que os investidores estrangeiros, que até agora demonstraram cautela para direcionar os fluxos de capital ao Brasil, devem começar a se reposicionar. “Ontem (quarta)tivemos um belo sinal de que os investidores estrangeiros devem nos olhar de forma diferente”, disse.

A fatia ocupada pelos investidores estrangeiros nas ofertas de ações na primeira metade deste ano ficou em 41%, ante uma participação de 63,7% no ano anterior. Em 2018, a fatia dos estrangeiros ficou em 63,3% e a dos locais em 29,6%. Em 2015, estrangeiros ficaram com 67,3% dos volumes das ofertas de ações, o maior porcentual dos últimos anos, informa a Anbima.

Números

As empresas brasileiras captaram no mercado externo e local R$ 212,6 bilhões no primeiro semestre do ano, crescimento de 23% em relação ao observado no mesmo intervalo do ano passado, segundo dados divulgados pela Anbima. Desse total, R$ 135,7 bilhões foram referentes ao mercado de renda fixa e híbridos no mercado domésticos, R$ 29,3 bilhões vindos de ofertas de ações e R$ 47,6 bilhões do mercado externo.

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