Os investidores buscam neste momento fundos mais líquidos e que representem proteção ao capital, disse nesta segunda-feira, 08, o vice-presidente da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), Carlos Massaru. Segundo ele, entre os produtos o destaque são os da categoria Referenciado DI e de Previdência.

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De janeiro a novembro, os fundos de previdência tiveram captação líquida de R$ 25,4 bilhões, só perdendo para o Referenciado DI, que teve entrada líquida de R$ 49,6 bilhões no intervalo citado. Os produtos atrelados aos juros, disse, deverão seguir atrativos para o próximo ano, diante da expectativa de que o ciclo de alta de juros será mantido por mais um período.

Massaru citou ainda que o ano foi de desafios para a indústria de fundos no Brasil e destacou que a captação líquida caminha para ser uma dos piores desde o fim da crise de 2008. No ano, até novembro, a captação líquida é de R$ 14,3 bilhões. Por outro lado, o executivo lembra que o número de contas segue estável. O vice-presidente da Anbima disse ainda que este ano representou recuperação em termos de rentabilidade para a indústria, lembrando que em 2013 os fundos da categoria renda fixa e multimercados sofreram.

Outro aspecto importante notado neste ano é em relação ao aumento da captação em clientes do varejo, o que ajuda a indústria a diversificar sua base de captação, tornando menos concentrada. “Há muito tempo não se via uma captação tão expressiva no varejo”, disse.

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Entre os clientes de alta renda e do private banking, Massaru destacou a migração ao longo do ano para produtos incentivados, como a LCA e LCI, que além de possuírem isenção de IR, contam com proteção do FGC para investimentos até R$ 250 mil, o que não é oferecido pelos fundos.

O executivo da Anbima disse ainda que é aguardado para este ano a instrução da CVM 409. “Este ano foi de grande discussão do que deve ser melhorado. 2015 será um ano de ajustes à nova realidade e de busca de aspectos que irão ajudar a trazer mais competitividade para a indústria”, disse.

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Bancos de varejo

De acordo com Massaru, os bancos de varejo olham com mais atenção para os produtos que agregam mais receitas, como os fundos de investimento, diante da revisão de suas estratégias e estão ampliando os esforços para a apresentação aos clientes. “Os bancos estão mais rigorosos na concessão de crédito e inegavelmente outras fontes de receitas passam a ser relevantes”, disse. Segundo ele, diante desse panorama, o aumento de captação entre o varejo parece ser tendência.

Segundo a Anbima, a captação líquida entre o varejo foi de R$ 31,8 bilhões de janeiro até outubro, ante um resgate líquido de R$ 6,3 bilhões no mesmo período do ano passado. Para Massaru, essa captação entre o varejo pode ser um dos principais pontos positivos do ano. O executivo disse ainda que as instituições financeiras melhoraram a educação financeira de sua rede de distribuição, o que também contribuiu favoravelmente para o crescimento da captação no varejo.

Massaru disse ainda que a expectativa da entidade é que com a modernização da instrução 409, que está perto de ser editada pela CVM, cresçam os benefícios de captação junto ao segmento do varejo.

Para o próximo ano, ele acredita que a captação da indústria de fundos deve melhorar, já que o ano contará com “uma agenda com menos interferência”. “Teremos uma agenda de planejamento, de um novo ciclo, que tem vários aspectos positivos, e que podem trazer pontos positivos para a indústria”, disse.