O patrimônio dos investidores de varejo alcançou R$ 667,7 bilhões em 2014, montante 14,8% superior ao visto em 2013, de acordo com balanço divulgado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Ao final do exercício, o segmento totalizava 8,8 milhões de clientes, base que representa elevação de 8,4%, na mesma base de comparação.
Segundo a Anbima, o crescimento do patrimônio foi liderado pelas aplicações em títulos e valores mobiliários, com alta de 16,7%, que alcançaram participação de 58,1% da carteira dos investidores de varejo. Tal expansão, conforme a entidade, foi impulsionada pelos investimentos em produtos isentos (LCIs e LCAs) e em operações compromissadas, que cresceram 54,3% e 21,7%, respectivamente.
Já as aplicações em ações avançaram 14,3% e, com isso, conseguiram garantir a manutenção de sua participação no total da carteira dos investidores de varejo em 3,8%, a despeito do desempenho desfavorável deste mercado no ano. Já os investimentos em títulos do Tesouro aumentaram sua parcela, de 1,4% para 2,0%, entre dezembro de 2013 e 2014.
Em contrapartida, o menor crescimento das aplicações em fundos de investimento (12,2%) gerou uma queda da participação desses investimentos na carteira de varejo, de 42,8% para 41,9%, no mesmo período. Os recursos foram destinados, principalmente, à categoria Referenciado DI, que respondeu por 44,3% do total aplicado na modalidade.
A Anbima destaca ainda que o perfil de investimentos em 2014 foi semelhante ao de 2013. “Refletiu a busca do investidor por operações de prazo mais curto e menor risco de mercado, em um ambiente de incerteza econômica e elevação dos juros”, acrescenta a Associação.
Ao atingir R$ 667,7 bilhões no ano passado, o patrimônio dos investidores de varejo superou o saldo de R$ 662,7 bilhões da caderneta de poupança no período, aplicação típica dos investidores desse segmento, sobretudo em momentos de maior volatilidade, conforme a Anbima. “O crescimento dos investimentos em fundos e títulos e valores mobiliários superou a variação da poupança no mesmo período, 14,8% contra 10,8% respectivamente”, informa a Associação.
Em 2014, a Anbima ampliou a base de dados estatística com a inclusão de seis instituições. Com isso, o número total de instituições passou de nove para 15 e a cobertura regional foi ampliada. Além disso, produtos de corretoras como ações, tesouro direto, debêntures, fundos de investimentos como os FIPs, FIDCs, FIIs e ETFs passaram a ser considerados. As novas informações são retroativas com início referente a dezembro de 2013. O impacto das novas informações na base de dados é de R$ 61,3 bilhões no volume de investimentos e 1 milhão de clientes em 2014.