O presidente da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid), Marcelo Giufrida, considera que a rentabilidade de aplicações até R$ 50 mil na caderneta de poupança será “praticamente imbatível” em relação aos ganhos dos fundos de investimento de renda fixa. “O governo criou condições de rentabilidade para essa faixa que serão imbatíveis, independente da taxa de administração dos fundos”, disse.
A rentabilidade das cadernetas de poupança é de 6,17% ao ano mais a variação da TR (Taxa Referencial). Na semana passada, o governo anunciou a proposta, que ainda será enviada ao Congresso, para que o rendimento das aplicações acima de R$ 50 mil deixe de ser isento de Imposto de Renda (IR) a partir de 2010. Com o processo de redução das taxas de juros, o governo temia uma migração dos investimentos da indústria de fundos, que financia a dívida pública, para a caderneta. Há incidência de IR sobre os ganhos desses portfólios.
Para Giufrida, ao desistir de reduzir a rentabilidade da poupança, o governo deixa de beneficiar também os mutuários do sistema financeiro da habitação. A caderneta é a principal fonte de recursos para a construção e aquisição de moradias. “Os ganhos da redução de juros poderiam ir para o mutuário final”, afirmou.
Apesar de admitir que a poupança é “imbatível” para essa faixa de aplicação, Giufrida lembrou que há outras modalidades de carteiras, como ações e multimercados. “Não é verdade que com essa mudança os fundos ficaram ameaçados”, disse.
O dirigente afirmou ainda que mesmo com a cobrança das taxas de administração, os fundos de renda fixa conseguem entregar ao investidor uma remuneração competitiva. Segundo Giufrida, nos últimos 12 meses encerrados em abril a rentabilidade ficou em 102,5% do CDI, já descontadas essas taxas e considerando todo o universo de investidores (varejo, private e institucionais).