A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) aprovou ontem a transferência do controle da Embratel para Telmex. A operadora foi vendida aos mexicanos por US$ 400 milhões pela americana MCI, ex-WorldCom, que havia assumido o controle durante a privatização, em 1998. O aval da agência foi dado durante reunião do conselho. A Anatel deu um prazo de 18 meses para que a Telmex corrija eventuais sobreposições de operação.
O negócio envolve ainda o controle da Vésper e da Star One, braço de satélites da operadora. Além disso, a Telmex pertence ao mesmo grupo que controla a Claro, de telefonia celular. Segundo a Anatel, a empresa terá que se desfazer de eventuais sobreposições de operação em áreas em que as empresas seriam concorrentes até o início de 2006.
Polêmica
A venda da Embratel para a Telmex foi alvo de polêmicas nos últimos meses. Como sua controladora, a MCI estava em concordata quando anunciou a venda – em dezembro do ano passado – a operação precisou ser autorizada pela Corte de Falências de Nova York, nos EUA.
A aprovação veio no dia 27 de abril, alguns dias após a MCI sair da concordata e mesmo sob os vários protestos e pedidos de revogação feitos pelo consórcio Calais, que também participou da disputa e alegava ter feito oferta maior pela operadora.
O Calais – formado pelas telesfixas Brasil Telecom, Telefônica e Telemar, mais a Geodex – ofereceu US$ 550 milhões pela Embratel, acima dos US$ 400 milhões propostos pelos mexicanos da Telmex. Mas a Corte de Nova York entendeu que a proposta dos mexicanos tinha as “melhores garantias”.
Tarifas
No final de abril, em conferência para comentar a venda da empresa, o diretor de relações institucionais da Telmex, Arturo Elías Ayub, afirmou que as tarifas cobradas pela Embratel para as chamadas de longa distância no Brasil devem cair nos próximos meses.
Essa redução do preço seria possível com o aumento da competição no mercado de telefonia brasileiro que, segundo ele, irá resultar em preços mais baixos para o consumidor.