A recente desvalorização do yuan pela China não deverá ter impacto significativo na economia da zona do euro e a consequente liquidação vista nas bolsas europeias foi exagerada, segundo analistas.
Para o BNP Paribas, o yuan enfraquecido terá efeito modesto no crescimento e na inflação da zona do euro no curto prazo. Como a China responde por 6% a 7% das exportações do bloco europeu, mesmo uma queda de 10% do yuan frente ao euro teria um “impacto limitado” e reduziria o crescimento e a inflação da região em cerca de 0,1 ponto porcentual em um período de 12 a 18 meses, segundo cálculo de economistas do banco francês.
“O efeito total na zona do euro vai depender de decisões de política monetária e eventos cambiais em outras partes, com atenção para a política do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) e suas implicações para o euro ante o dólar”, avaliou o BNP Paribas.
O Morgan Stanley, por sua vez, não vê necessidade de muito pessimismo nos mercados acionários europeus, na esteira da desvalorização do yuan. Segundo o banco norte-americano, as empresas europeias geram 9% de suas vendas na China e 31% do total em mercados emergentes, o que significa que uma depreciação de 10% da moeda chinesa reduziria os lucros corporativos na Europa em 3% a 5%.
De qualquer forma, o Morgan Stanley acredita que a reação das ações europeias à desvalorização do yuan foi “muito negativa”. “Se a desvalorização vier acompanhada por um programa de estímulo mais amplo para impulsionar a economia da China, achamos, então que o apetite de risco dos investidores poderá se tornar positivo”, disseram estrategistas do banco. Com informações da Dow Jones Newswires.