Brasília (ABr) – De acordo com o Boletim Focus, distribuído ontem pelo Banco Central, a expectativa é de que a taxa permaneça nos atuais 19,25% ao ano. Os economistas mantêm a crença de que a taxa recuará para 17,50% ainda neste ano, caindo para 15% no ano que vem. Isso, em um cenário no qual o preço do dólar termine o ano de 2005 em R$ 2,80 e em R$ 2,95 em 2006.
Apesar da alta da inflação, que sobe há sete semanas, as instituições financeiras e analistas de mercado consultados pelo Banco Central não acreditam em alteração da taxa básica de juros (Selic), na reunião que o Comitê de Política Monetária (Copom) começa hoje e termina amanhã.
Os economistas dizem ainda que País poderá repetir o saldo recorde obtido no ano passado com o comércio internacional. O Boletim Focus estima que a diferença entre exportações e importações, este ano, será de US$ 33 bilhões. Bem acima, portanto, das expectativas de US$ 31 bilhões, na semana passada, e de US$ 28,10 bilhões há quatro semanas.
Houve leve melhora nas estimativas para o crescimento da produção industrial, que deve ser de 4,70% neste ano, e não mais 4,68%, conforme previsão da semana passada. Isso não altera, porém, a projeção para crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que se manteve em 3,67% para este ano, mas caiu de 3,57% para 3,55% no ano de 2006.
O Boletim Focus desta semana também registra aumento nas expectativas de mercado sobre a entrada de investimentos estrangeiros diretos no setor produtivo. O prognóstico anterior, de US$ 14 bilhões, evoluiu para US$ 14,45 bilhões neste ano, e manteve a perspectiva de US$ 15 bilhões em 2006.
Inflação
O comportamento geral dos preços permanece em alta há sete semanas, de acordo com o cenário de mercado. De acordo com os analistas, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve de parâmetro para as correções oficiais, deve chegar a 6,10% neste ano.
A estimativa é bem mais alta do que os 5,80% imaginados há um mês, supera os 6,04% da pesquisa da semana passada, e distancia-se cada vez mais do centro da meta de 4,5%, fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), e ?ajustada? pelo BC para 5,1%. Em contrapartida, aproxima-se do teto permitido para a inflação: de 7%.
Houve aumento acentuado, de 0,60% para 0,67%, na perspectiva de inflação para este mês; com possibilidade de o cálculo de 0,45% para o IPCA de maio também evoluir para 0,50%. E a expectativa inflacionária para os próximos 12 meses também subiu de 5,48% para 5,58%.