Analistas ?cortam? as projeções de crescimento

Brasília (AE) – Os analistas do mercado financeiro cortaram as projeções de crescimento da economia este ano, de 3,50% para 3,27%. É o que mostra a pesquisa semanal Focus, feita com mais de uma centena de instituições financeiras e divulgada ontem pelo Banco Central (BC). A queda coincidiu com a divulgação da informação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de que o PIB havia apresentado aceleração de apenas 0,3% no primeiro trimestre do ano. A mudança deixou as estimativas de mercado ainda mais descoladas das expectativas do governo de que a economia venha apresentar uma expansão de 4% neste ano.

O aumento do pessimismo do mercado quanto aos cenários de expansão da atividade econômica foi contrabalançado pela melhora das expectativas de inflação neste ano. As previsões de IPCA recuaram de 6,35% para 6,32% e passaram a acumular uma queda de 0,07 ponto porcentual num período de três semanas. Apesar disso, o porcentual projetado ainda se encontra bastante acima do objetivo de 5,1% perseguido pelo Comitê de Política Monetária (Copom) neste ano. As estimativas de inflação para maio e junho seguiram a mesma tendência de queda e recuaram de 0,57% para 0,56% e de 0,36% para 0,35%, respectivamente. As instituições financeiras participantes da pesquisa do BC mantiveram, ao mesmo tempo, a aposta de que a taxa de juros não subirá na reunião do Copom da próxima semana. A taxa, na visão do mercado, permanecerá estável em 19,75% e deverá começar a cair somente entre agosto e setembro. Nesta situação, os juros chegariam ao final do ano em 18%. Em 2006, o Copom teria espaço, na visão do mercado, para realizar novas reduções de juros e deixar a taxa em 15,50% ao final do período. A inflação, por sua vez, ficaria em 5%, porcentual superior ao centro da meta de 4,5% já fixado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para o próximo ano.

A pesquisa revelou, ao mesmo tempo, que as projeções de mercado para o reajuste dos preços administrados neste e no próximo ano ficaram inalteradas em 7,8% e 6%, respectivamente. Apesar da estabilidade, os porcentuais estimados pelo mercado se encontram bem acima das projeções de aumento dos administrados usadas pelo Copom na reunião do mês passado. Naquela ocasião, as estimativas de alta dos administrados para este e o próximo ano estavam 7,3% e 5,1%. 

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