A dívida da Grécia pode avançar e chegar a até 258,3% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2060, ou recuar para 62,6% do PIB do país, segundo uma análise oficial da trajetória da dívida grega. O documento aponta para dificuldades nas negociações para um eventual alívio da dívida grega, antes de medidas potenciais para aliviar o peso sobre Atenas.
A chamada análise da sustentabilidade da dívida (DSA, na sigla em inglês) foi elaborada pelos credores europeus da Grécia e o Wall Street Journal teve acesso ao documento. As grandes divergências sobre as projeções para a dívida se devem a previsões diferentes sobre quanto a economia grega crescerá nas próximas décadas e quanto dinheiro será destinado a pagar a dívida.
Em todos os cenários, exceto o mais otimista, o documento aponta para sérias preocupações sobre a capacidade de a Grécia pagar sua dívida, que estava em 176,9% do PIB no fim do ano passado. O resultado aponta para “sérias preocupações sobre a sustentabilidade da dívida pública da Grécia no longo prazo”, diz o texto.
O material foi distribuído para autoridades dos Ministérios das Finanças da zona do euro na manhã desta segunda-feira e formará a base para a primeira discussão sobre um possível alívio na dívida do país. Para chegar a um acordo, os ministros também precisam trazer para as negociações o Fundo Monetário Internacional (FMI), um dos maiores credores de Atenas. O FMI tem projeções bem mais pessimistas para a dívida da Grécia e exigia medidas de maior abrangência para renegociar o tema. O Fundo manteve um conflito com a Alemanha, que se opunha a alívio na dívida grega.
O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, sinalizou que as discussões sobre o alívio na dívida não serão fáceis. “O que o FMI quer é uma coisa, o que nós concordamos é outra e o que é permitido pela lei primária europeia é uma terceira coisa”, disse ele. Fonte: Dow Jones Newswires.