A secretária-executiva do Ministério da Fazenda, Ana Paula Vescovi, afirmou nesta terça-feira 7, que o Brasil tem um ajuste fiscal importante a ser endereçado, uma vez que o País se encontra em um dos piores momentos de sua história em termos de contas públicas. Ela disse ainda que a sustentabilidade das contas é uma questão que deve ser perseguida independentemente da orientação da política econômica do próximo presidente da República, pois é o que garantirá capacidade de crescimento.
“Independentemente das escolhas que venhamos a fazer, por um Estado maior ou menor, mais focado, é importante que saibamos que é preciso financiá-lo”, disse Ana Paula em seminário promovido pela Rádio CBN e pelo Centro Universitário Iesb, em Brasília. “O Brasil tem o desafio do crescimento, crescer de forma mais acelerada e de forma sustentada ao longo do tempo, com equidade, e esse desafio não se cumpre sem perspectiva de solvência.”
Segundo a secretária, o que está por trás da trajetória contínua de crescimento da dívida pública “é o fato de não estarmos conseguindo cobrir nossas despesas com tributos que arrecadamos”. O ajuste é necessário para estabilizar a dívida e retomar um patamar compatível com outros países em desenvolvimento.
“Precisamos fazer um superávit capaz de estabilizar dívida pública”, afirmou Ana Paula. “É um ajuste fiscal da ordem de 300 bilhões (de reais) que precisa ser feito gradualmente ao longo do tempo”, acrescentou. Segundo ela, o ajuste precisa ser gradual para que o governo tenha capacidade de, ao mesmo tempo, endereçar reformas estruturais.
A secretária defendeu ainda o uso eficiente do recurso público “associado a incentivos regulatórios ou alinhamentos e incentivos dentro do sistema produtivo” para gerar um bom ambiente de negócios.