A senadora Ana Amélia (PP-RS) afirmou nesta quarta-feira que apresentou um requerimento de convite para que a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, fale no Senado sobre a atual situação da estatal. Na segunda-feira (04), a empresa anunciou lucro de R$ 21,182 bilhões no ano passado, o menor nível registrado desde 2004. Em entrevista na terça-feira (05), a presidente da Petrobras admitiu que o ano passado foi muito difícil, mas o primeiro semestre deste ano será ainda mais complicado.
“É necessário mais informações sobre como a gigante Petrobras vai agir”, afirmou Ana Amélia, em discurso da tribuna do Senado. A parlamentar gaúcha elogiou a “coragem” da presidente da estatal de não querer escamotear a verdade diante da situação da estatal. “As informações precisam sempre ser claras, como aliás, fez ontem a presidente”, disse a senadora, referindo-se à entrevista.
A intenção da parlamentar, integrante da base aliada, é que Graça Foster vá à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da Casa logo após o carnaval. Ela disse que ainda não conversou com o futuro presidente da CAE, senador Lindbergh Farias (PT-RJ), sobre a apreciação do pedido. Mas ela acredita que ele contará com o apoio dos aliados e que os esclarecimentos também interessam o governo.
Ana Amélia lembrou que, numa audiência da mesma comissão no ano passado, a presidente da Petrobras disse que os acionistas minoritários mantivessem as aplicações em ações da estatal. Contudo, os papéis da empresa desabaram ontem na Bolsa de Valores de São Paulo após a divulgação do fraco balanço de 2012 e da mudança de última hora na regra de distribuição de dividendos das suas ações. “Pelo visto, elas (as ações) vão demorar um pouco (para subir)”, afirmou a senadora, ao ressaltar que dá a ela um “voto de confiança” por conta “herança” que recebeu.
Em aparte ao discurso da senadora do PP, o vice-líder do PSDB, Alvaro Dias (PR), considerou “oportuno” o convite à Graça Foster. O tucano disse não ter a dúvida de que durante anos houve uma “gestão temerária” na estatal. Alvaro Dias mencionou o fato de que, após a derrubada da CPI da Petrobras pela base governista em 2009, encaminhou ao procurador geral da República 16 representações em que denuncia uma série de irregularidades supostamente praticadas na empresa. “Nós estamos verificando que a empresa está sofrendo os problemas da má gestão”, comentou.
O senador Waldemir Moka (PMDB-MS), em outro aparte, afirmou que a eventual vinda de Graça Foster ao Senado pode ser uma oportunidade para ajudá-la. O peemedebista disse que o Congresso pode apoiá-la a garantir maior “autonomia política” para as decisões que venham a ser tomadas.