O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, negou ontem que o Brasil tenha recuado em seu posicionamento sobre a eleição para a diretoria geral da OMC (Organização Mundial do Comércio) ao decidir apoiar a candidatura do uruguaio Carlos Pérez Del Castillo.
Segundo Amorim, a postura do Brasil no processo ?foi uma evolução natural?, já que o país vinha mantendo até então uma posição de neutralidade, desde que saiu da disputa. ?Sempre disse que o Brasil não poderia votar contra uma candidatura da América do Sul?, disse.
Como a decisão brasileira de apoiar Castillo foi anunciada logo depois da publicação de críticas da Argentina à postura do Brasil na região, o apoio acabou sendo interpretado como tentativa de demonstrar de que o País prezaria pelo fortalecimento da região, e não estaria pretendendo assumir a liderança sem o apoio dos vizinhos.
No início do processo de eleição na OMC as candidaturas do uruguaio e a do embaixador brasileiro Luiz Felipe Seixas Corrêa acabaram dividindo a região. Com poucas chances de vitória, o candidato brasileiro deixou a disputa em meados de abril.
Na fase final da eleição, Castillo disputa o cargo com o francês Pascal Lamy, ex-comissário de comércio da União Européia.
Até há uma semana, o governo brasileiro dava todas as demonstrações de que apoiaria o candidato francês à presidência do organismo internacional. Mas acabou anunciando apoio ao candidato uruguaio.