Amorim diz que concessão em Doha depende dos EUA e da União Européia

O Brasil admite concessões se americanos e europeus também flexibilizarem suas posições. Isso é pelo menos o que afirma o chanceler Celso Amorim, em entrevista publicada ontem no jornal indiano The Hindu. Para ele, os países ricos subestimam a "dignidade" dos países em desenvolvimento nas negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC). Falando sobre o comportamento dos Estados Unidos e da Europa na conferência fracassada de Potsdam da Organização Mundial do Comércio (OMC) há um mês, Amorim afirma que Bruxelas e Washington "têm a chave" para desbloquear a rodada.

"Os países ricos precisam aprender que não podem apenas colocar pressão e achar que terão o resultado que queiram", disse Amorim. "Em Potsdam, eles subestimaram nosso sentido de equilíbrio e dignidade. Não acho que fizeram de má fé. É apenas um velho hábito.

Na avaliação do chanceler, os países ricos não podem tentar inverter a ordem da negociação, exigindo que as economias emergentes abram seus mercados para produtos industriais antes de saber o que ganharão no setor agrícola. "O que não se pode é colocar uma faca no peito e dizer que, se não houver movimento em produtos industrializados, não haverá rodada." O chanceler admite que a situação hoje está difícil para a rodada, mas ainda acha que "não é impossível a conclusão" antes do fim do ano. Para Amorim, a rodada seria a melhor forma de "combater a pobreza, crime e até o terrorismo".

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