Americana Devon descobriu petróleo

Rio (AE) – Sete anos depois da abertura do mercado de petróleo no Brasil, a americana Devon é a primeira empresa internacional a descobrir óleo em escala comercial no País. A empresa entrega na próxima semana a declaração de comercialidade do campo de Polvo, na Bacia de Campos, à Agência Nacional do Petróleo. A perspectiva é de sejam investidos cerca de US$ 300 milhões na instalação de uma plataforma fixa para produzir 50 mil barris por dia.

?É uma boa reserva, mas que apresenta uma série de dificuldades para ser explorada. Por isso mesmo não estamos divulgando ainda o potencial existente?, disse ontem o presidente da companhia no País, Murilo Marroquim.

O campo de Polvo, controlado pela Devon e com participação de 40% da coreana SK, foi adquirido na rodada de licitações da ANP em 2000 e possui um tipo de óleo considerado pesado, de 19 graus API (quanto mais perto de 50, mais leve é o óleo). A plataforma do tipo fixa será ligada a um navio responsável pela produção, armazenagem e escoamento do petróleo, que será afretado no exterior. A opção pelo afretamento, segundo Marroquim, se deve à curta vida útil do campo, de no máximo sete anos, que não justificaria o investimento na compra de uma unidade.

O presidente da empresa disse ainda que a Devon tem ainda uma outra descoberta de óleo pesado, de 14 graus API, num bloco próximo ao de Polvo, no qual deverá ser aproveitado o mesmo sistema de produção. Atualmente, a Devon participa de cinco blocos de exploração e produção no Brasil.

Shell

Apesar de ser a primeira multinacional a descobrir petróleo em escala comercial, a Devon será a segunda a produzir óleo em território nacional. A Shell já possui uma produção de cerca de 60 mil barris por dia no campo de Bijupirá Salema, também na Bacia de Campos, desde 2003. Mas neste caso, a descoberta havia sido da parceira da Shell neste campo, a Petrobras.

De acordo com o vice-presidente de Exploração e Produção da Shell Brasil, John Haney, além de Bijupirá-Salema, a companhia já tem projeto para o desenvolvimento de reservas encontradas em outro bloco, o BC-10, também na Bacia de Campos. Apesar de ainda não ter declarado sua comercialidade, a Shell prevê para o local a implantação de um navio plataforma semelhante ao sistema instalado em Bijupirá-Salema.

A Shell é operadora e detém 35% do bloco, do qual ainda fazem parte a Petrobras (35%) e a Exxon (30%). Segundo Haney, serão ainda perfurados dois poços no segundo semestre deste ano para que possam ser concluídas as avaliações sobre o bloco e declarada a comercialidade no fim de 2005.

O executivo explicou que o BC-10 tem grau API que varia entre 14 e 24 num volume total de reservas em torno de 400 milhões de barris. A estimativa é de que sejam necessários investimentos de US$ 1 bilhão para o desenvolvimento deste bloco.

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