As previsões de crescimento da América Latina em 2004 são otimistas. Quase todos os países da região apostam em expansão econômica, depois de um ano em que a região conseguiu deixar para trás a recessão que a castigava desde meados de 2001.

O Brasil espera se recuperar de um ano sem crescimento, agora que alcançou uma situação de estabilidade macroeconômica. A Argentina buscará consolidar a recuperação, e também que os resultados se reflitam em benefícios para a população, que registra altos níveis de desemprego. Já o México acredita em um maior dinamismo, após um desempenho fraco ano passado.

O Chile espera superar já idesempenho econômico, enquanto a Venezuela deverá ser o país com maior crescimento (em torno de 7%), após a queda brusca em 2003.

A América Latina crescerá 3,6% este ano, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), enquanto a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe) e o Banco Mundial têm previsões semelhantes: 3,5% e 3,7%, respectivamente. Uma melhora econômica considerável, levando-se em conta que a América Latina cresceu entre 1,1% e 1,8% em 2003, segundo os mesmos organismos.

?Temos um otimismo moderado ante o desempenho econômico da região?, disse mês passado o secretário-executivo da Cepal, o economista argentino José Luis Machinea. A cautela, explicou, sustenta-se no maior ou menor dinamismo que possam ter os mercados de fora da região, principalmente a economia americana.

A estimativa de crescimento de 3,5% da América Latina em 2004 se apóia, segundo o balanço da Cepal, na crescente demanda das economias asiáticas e na recuperação do preço dos produtos básicos. Segundo o organismo, em 2004 nenhum país da região registrará queda do Produto Interno Bruto (PIB).

As perspectivas são boas para a Argentina, que, sem reformas, financiamento externo ou crédito bancário, registrou em 2003 um dos maiores níveis de crescimento do mundo, superior a 7%. Analistas consideram que o país tem garantido um crescimento superior a 3% este ano.

O México, que precisou revisar várias vezes para baixo o crescimento projetado para 2003 e terminou o ano com uma alta do PIB menor do que 1,5%, espera um maior dinamismo este ano, com um crescimento de 3,1% a 3,5%.

Os mais otimistas são os chilenos. Eles esperam que sua economia cresça cerca de 5%, principalmente devido às perspectivas do comércio internacional, após sólidos 3,2% ano passado.

No restante da região, a Costa Rica cresceria 4,5% e o Equador, 4,0%, como o Uruguai, segundo a Cepal. O Peru teria um crescimento estimado de 3,5%; Colômbia e Panamá, de 3,0%; e Bolívia, El Salvador, Guatemala, Honduras e Paraguai, de 2,5%.

A Corporação Andina de Fomento (CAF) estima que a América Latina tenha fechado 2003 com um crescimento de 1,2%, e que em 2004 este aumento poderá ser de cerca de 4%.

Caso a melhora econômica se consolide, os países latino-americanos terão que lutar para enfrentar graves problemas sociais. Em uma população de 524 milhões de pessoas, 19 milhões estão desempregadas, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

O desemprego e a redução salarial contribuíram para o aumento dos índices de pobreza. Um total de 227 milhões de latino-americanos, ou 44,4% da população total, viviam abaixo da linha de pobreza em 2003, segundo a Cepal.

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