Brasília (AE) – De olho no mercado americano, o Brasil quer ampliar as relações comerciais com os países da América Central, que possuem um acordo de livre comércio com os Estados Unidos, o Cafta. O governo brasileiro entende que o acordo abre uma oportunidade para que empresas nacionais instalem unidades produtivas naquela região para terem acesso ao mercado americano sem que as vendas sejam tributadas. Seria uma forma de driblar as proteções tarifárias impostas ao Brasil pelos Estados Unidos.

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Nesse sentido, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior vai liderar uma missão empresarial, com mais de 50 empresários, que visitará cinco países da América Central a partir de domingo. Os países escolhidos foram Panamá, Costa Rica, Guatemala, El Salvador e Honduras. Apenas o Panamá não participou do Cafta, mas está negociando acordos bilaterais com os EUA e outros países da região.

?O presidente Lula tem estimulado o desenvolvimento de multinacionais brasileiras. Temos que dominar os canais de distribuição?, disse o ministro Luiz Fernando Furlan. Para ele, é possível que empresas brasileiras se instalem em zonas francas em alguns países, como no Panamá, sem pagamento de impostos.

Furlan acredita que o Brasil pode ampliar suas exportações para a América Central em algo entre US$ 500 milhões e US$ 1 bilhão, dos quais uma parte seria reexportado não só para os EUA, mas para outros países menores do Caribe. As exportações para a América Central somam atualmente menos de US$ 2 bilhões por ano.

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Uma das idéias é tentar transferir parte da produção de álcool para os países da América Central para driblar a barreira tarifária encontrada hoje pelos exportadores brasileiros para entrar no mercado americano. Os Estados Unidos taxam o álcool brasileiro em US$ 0,51 por galão. Mas, se o álcool for exportado a partir daqueles países, a restrição seria evitada. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, 57,5% do etanol importado pelos EUA vêm do Brasil, Costa Rica e El Salvador.

Na visita a El Salvador, Furlan disse que será inaugurada uma destilaria de álcool anidro, usado na mistura com a gasolina, construída em parceria entre empresas brasileiras e locais. Além disso, o ministro quer aproveitar a oportunidade para divulgar o carro ?flex-fluel? já lançado no Brasil, que permite o uso dos dois combustíveis – álcool ou gasolina. Também está na pauta a divulgação do biodiesel. 

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