Buenos Aires – O abastecimento de alimentos na Argentina está seriamente ameaçado por um locaute de transportadoras de grãos, iniciado na última segunda-feira. O movimento, que envolvia somente os transportes de grãos, começou a provocar impactos em outros setores, como laticínios, carnes, frutas e verduras, por causa de piquetes.
Os transportadores montaram piquetes nas rodovias estratégicas dos centros produtores como Buenos Aires, Santa Fé, Córdoba e La Pampa. O sindicato dos caminhoneiros, liderado pelo truculento sindicalista Hugo Moyano, é acusado pelos empresários de apoiar o locaute. A União Industrial Argentina (UIA) e a Sociedade Rural Argentina (SRA) emitiram comunicados condenando as práticas dos empresários de transportadoras.
A UIA disse que essa ?atitude de certos grupos sindicais que tenta impor questões pela força, utilizando metodologia ilegal e ilegítima, avassala a liberdade de trabalho, o direito de propriedade e a possibilidade de poder transitar livremente?. O diretor da Confederação de Transporte Automotor de Cargas (Catac), Rubén Agugliaro, admitiu ter pedido ajuda à Moyano para conseguir aumento nos preços das tarifas dos fretes e, assim, conceder aumento nos salários dos caminhoneiros.
O locaute impede a chegada dos alimentos a seus destinos e as prateleiras dos supermercados já começam a sentir a ausência de produtos perecíveis. A Catac quer preços de tarifas reguladas para todo o ano, enquanto as entidades agrícolas defendem a ?livre contratação?.