Ameaça de terror traz de volta especulação no dólar

O mercado de câmbio iniciou o mês com as atenções voltadas para o cenário externo. A perspectiva de novos ataques terroristas nos EUA e o avanço do preço do petróleo no mercado internacional ditaram o rumo dos negócios nesta segunda-feira. A moeda americana encerrou os negócios cotada a R$ 3,048, em alta de 0,30%. Na máxima do dia, o dólar chegou a registrar alta de 0,65%, a R$ 3,058.

Anteontem, o secretário de Segurança Interna dos EUA, Tom Ridge, declarou que terroristas estão planejando realizar ataques contra instituições financeiras em Nova York e Washington. Com isso, o nível de alerta destas regiões foi elevado para laranja (risco alto).

Entre os possíveis alvos, destacam-se os prédios do Banco Mundial e do FMI, em Washington, e as sedes da Bolsa de Valores e do Citicorp, em Nova York. O governo norte-americano citou a rede terrorista Al Qaeda como possível autora dos planos de atentados.

“O mercado de câmbio passou o dia de olho no movimento das Bolsas em Wall Street. Depois de operar em forte queda durante a manhã, os negócios mudaram de rumo com os resultados da Procter & Gamble”, afirma o analista Jorge Kattar.

A recuperação das Bolsas americanas reduziu a pressão compradora no mercado de câmbio durante a tarde. Além dos bons resultados corporativos, o receio de um ataque diminuiu entre os investidores em Wall Street na segunda parte do pregão.

Petróleo

A ameaça de ataques terroristas levou o petróleo a registrar mais um recorde. Ontem o produto chegou a ser negociado a US$ 43,94. O petróleo para setembro fechou a US$ 43,82 em Nova York. Nos últimos dias, as cotações têm sido afetadas pela perspectiva de colapso da petrolífera russa Yukos. A empresa anunciou que pode ir à falência em razão do congelamento de suas contas bancárias e bens. As dívidas da empresa com o Fisco somam cerca de US$ 3,4 bilhões.

Além disso, apesar do aumento da produção de 500 mil barris/dia, autorizado pela Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), investidores temem que os esforços da organização não sejam suficientes para conter o crescimento da demanda pelo produto.

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