A Ambev trabalha com a possibilidade de que os preços de bebidas para o consumidor final mantenham ritmo de crescimento em linha com a inflação em 2014, declarou o diretor vice-presidente Financeiro e de Relações com Investidores da companhia, Nelson Jamel. Em teleconferência com jornalistas na tarde desta quinta-feira, Jamel ressaltou que em anos anteriores a alta de preços de bebidas superou a inflação e atribuiu este efeito ao repasse da alta de impostos.
“Esperamos que os preços se mantenham nesse patamar sem aumento real, é o cenário ideal que buscamos”, declarou. “Esse cenário de precificação só vai se descolar se houver nova alta de impostos”, completou.
Durante a Copa do Mundo, a Ambev implementou a campanha “Copa sem Aumento”, de congelamento de preço. De acordo com Jamel, a fabricante trabalhou junto a meio milhão de donos de bares para evitar escalada nos preços de cerveja. O executivo afirmou que, de dezembro a junho, os preços de cerveja subiram 3%, abaixo da inflação medida pelo IPCA. Já os preços de refrigerantes, disse, tiveram alta levemente maior, de cerca de 3,8%.
Depois de um anúncio de que haveria alta de tributos em junho, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que essa alteração ocorreria em setembro. Em outro momento, a Receita Federal informou que a alta seria gradual e que não havia sido definido o período da primeira elevação de tributos.
Mais cedo, em teleconferência com analistas, o diretor geral (CEO) da Ambev, João Castro Neves também afirmou nesta quinta que não há um prazo exato para entrada em vigor de mudanças nos tributos e acrescentou que espera informações novas em setembro ou outubro.
Jamel comentou ainda a perspectiva da companhia para crescimento das vendas de bebida em volume. “Enquanto preços se mantiverem em linha ou abaixo da inflação, nos mantemos otimistas no sentido de ver a indústria crescendo”, afirmou.
O executivo mencionou que os números de julho ainda devem ter um impacto positivo nos volumes por conta de alguns dias de Copa da Mundo. Além disso, considerou que, mesmo sem o efeito do evento, a tendência é positiva. A companhia vê tendência de estabilidade ou até de evolução positiva no segundo semestre da renda disponível dos consumidores. “Continuamos apostando no crescimento da indústria, ainda que de forma mais moderada, sem o impacto da Copa”, acrescentou.