O ministro do Desenvolvimento, Sérgio Amaral, acrescentou hoje (17) mais US$ 500 milhões à projeção para o saldo da balança comercial em 2002. Ele disse que trabalha com superávit acumulado entre US$ 8 bilhões – número informado pelo próprio presidente Fernando Henrique Cardoso na última sexta-feira – e US$ 8,5 bilhões neste ano. ?Estou tendo dificuldade em fazer previsões porque a cada duas semanas tenho que aumentá-las?, disse, referindo-se aos bons resultados da balança que vêm sendo divulgados quinzenalmente pelo Ministério.
De acordo com Amaral, o superávit previsto não contabiliza a devolução de 21 aeronaves da TAM aos proprietários estrangeiros anunciada ontem. A expectativa do mercado é que o embarque das aeronaves tenha um forte impacto positivo sobre a balança, já que elas deverão ser contabilizadas como exportações.
Para Amaral, que participou de seminário na sede do BNDES sobre os 50 anos da instituição e do Banco do Nordeste, o superávit previsto deve-se a um conjunto de fatores como a desvalorização do real e o que chamou de ?esforço organizado do governo e do setor privado para abrir novos mercados?.
Questionado se não é problemático o saldo estar fortemente vinculado à queda das importações, o ministro disse que ?é verdade que esse saldo comercial em boa medida se deve à redução da demanda, mas aí o Brasil não está sozinho?.
Ele completou que ?seria difícil imaginar que em um momento de queda do comércio internacional só o Brasil aumentasse as exportações de forma significativa?. Segundo Amaral, o setor privado brasileiro está preparado para dar um salto exportador tão logo o mercado mundial volte a crescer.