O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sérgio Amaral, aponta a busca de novas oportunidades em nichos de mercado diversificados como uma maneira eficaz de reduzir o protecionismo no mercado internacional para produtos nos quais o Brasil é competitivo. Dados do ministério mostram que países que tradicionalmente têm pequena participação como destino das exportações brasileiras apresentaram forte crescimento na compra de produtos, no acumulado de janeiro até o fim da semana passada.
Este foi o caso da Índia (82,6%), do Caribe (41%), da Malásia (105%), da Coréia (25,6%), e do bloco de países africanos (14,1%). Com o fim do embargo comercial, as exportações para o Iraque cresceram no período 1.778%, predominantemente de açúcar. Além da diversificação de destino houve maior variedade também nos produtos exportados.
Feira – A Feira Internacional para Compradores Estrangeiros (Ficex), principal novidade da Expo Abras 2002, está reunindo 23 redes de supermercados de 11 países diferentes até a próxima quinta-feira (26) no Riocentro. O evento conta com a participação de 105 compradores de supermercados estrangeiros do porte do norte-americano Wal-Mart, do português Sonae, do inglês Metro e de estabelecimentos do Kwait, China, Arábia Saudita, Japão e Jordânia.
Segundo os organizadores, estes compradores representam mais de cem mil lojas espalhadas pelo mundo, com vendas anuais que somam US$ 80 bilhões. Além da feira, na qual os compradores poderão conhecer produtos processados do agronegócio brasileiro, haverá também reuniões privativas de negócios para estimular as trocas comerciais entre os países representados na feira e o Brasil.
Os principais produtos apresentados na feira são diversos tipos de carnes, além de frutas, sucos, café, chocolates e biscoitos. E inclui também produtos como sapatos, cosméticos, eletroeletrônicos, móveis e artigos de vestuário. Amaral disse que a feira é uma oportunidade de mostrar que não basta ao país exportar mais, mas que é importante também que as vendas externas ganhem mais qualidade. ?Não basta exportar mais temos que exportar melhor?, disse.
Segundo ele, muitos dos produtos brasileiros de exportação, como as comoditties, estão perdendo o seu valor no mercado internacional e, portanto, é preciso crescer em qualidade para ganhar preço. Ele lembra que o produtor fica com apenas 8% do preço final do café cru exportado, mas pode aumentar o ganho para 30% do preço final, caso o produto seja comercializado já processado e embalado. ?Nós temos condições para fazer isso, temos que ter marca?, disse Amaral.