Marco André Lima |
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Hortifrutigranjeiros sofrem oscilações por questões sazonais, como excesso de chuvas ou seca. |
Todo mundo sentiu que os preços subiram nos supermercados, nos restaurantes e em lojas de diversos segmentos. Em tempos de inflação acima do esperado pelo próprio governo – e com a alimentação tendo um peso grande no índice -, não existe outra alternativa a não ser mudar hábitos de compra e consumo. A pesquisa de preços se tornou obrigatória na ida ao supermercado para não estourar o orçamento. Simulações da lista de compras da cesta básica feitas pelo Paraná Online apontam diferenças de quase 20%.
De acordo com o economista Carlos Magno Bittencourt, conselheiro do Conselho Regional de Economia do Paraná (Corecon-PR), a mudança nos preços tem origem em dois fatores. O primeiro é o sazonal, que influencia principalmente nos produtos perecíveis, como hortifrutigranjeiros, em virtude do excesso de chuvas ou de seca. “Ainda houve o aumento no óleo diesel, que afeta no transporte. Dependemos muito dos caminhões para o transporte de produtos. E ainda houve elevação de outros custos, como os avanços salariais, que também são repassados para o preço final”, explica.
Neste cenário, o economista salienta que há ainda os empresários que aproveitam o momento para simplesmente aumentar os preços ou não repassam para o consumidor a desoneração de impostos sobre alguns produtos, como a cesta básica.
Alternativas
A saída é se adaptar para tentar comprar a mesma quantidade de produtos adquirida meses atrás pelo mesmo preço ou, conseguir reduzir o impacto nas contas do mês. “Deixei de ir no supermercado que estava acostumada porque achei que os preços subiram mais do que nos outros. Passei a experimentar outras marcas e também a variar frutas e verduras”, conta a dona de casa Lislane Brisk. Ela já não faz a “compra do mês”. Vai diversas vezes aos estabelecimentos da região onde mora e compra embalagens com grandes quantidades, quando o preço compensa. “E fico de olho no caixa para ver os preços registrados. Nem sempre bate o preço da gôndola com o que aparece no caixa”, alerta.
Internet pode ser uma grande aliada
Ir de supermercado em supermercado, gastando gasolina ou passagem de ônibus, nem sempre vale a pena. Mas visitar estabelecimentos na mesma região ou próximos de casa pode resultar em economia. Há quem prefira a internet. “A melhor maneira hoje é contar com a internet para a pesquisa de preços”, lembra o economista Carlos Magno Bittencourt.
No site do Disque Economia, da Secretaria Municipal de Abastecimento (www.curitiba.pr.gov.br), é possível consultar os preços de 300 produtos em 12 supermercados de Curitiba, com atualização diária. Ou ainda formular uma lista de compras e verificar qual é o estabelecimento que tem o menor preço final. “Desde janeiro a gente acompanha uma alta consistente nos preços. Orientamos fazer a pesquisa, pechinchar e usar a criatividade”, comenta Francelino Vieira de Jesus, gerente de análise e estatística da secretaria.
Outro site que pode ajudar o consumidor é o MercaFácIl (www.mercafacil.com.br), que disponibiliza os encartes de ofertas de supermercados, farmácias e de lojas de outros segmentos. “Normalmente você tem acesso aos encartes quando vai ao supermercado ou se chega em casa. No site estão os encartes atualizados, o que permite a comparação dos preços”, explica Bruno Vieira Leal, um dos fundadores do site.
A economia também pode estar na substituição por produtos da estação, na ida com lista de compras e calculadora ou no mutirão entre amigos e parentes. “Se tem uma oferta perto da minha casa, posso comprar para um amigo. E ele fez o mesmo com outro produto em oferta perto da casa dele. E depois combinamos para fazer a troca”, ensina Bittencourt. “É apenas uma questão de adaptação. É possível ter uma mesa farta”.
Marco André Lima |
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Alimentação é o que mais pesa no bolso na ida ao supermercado. |
Marco André Lima |
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Dá para consultar preços sem sair de casa, para planejar compra. |