Após meses de resultados comportados, a alta nos preços das commodities pressionou o Índice de Preços ao Produtor (IPP) de setembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O IPP teve um avanço de 1,50%, apesar da alta de 0,5% do real ante o dólar no mês, lembrou Alexandre Brandão, gerente do IPP no IBGE.

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A valorização cambial costuma exercer uma pressão baixista sobre o IPP, uma vez que reduz os preços de produtos exportados, como aviões e fumo. Em setembro, o movimento da moeda brasileira não foi suficiente para impedir um salto de 1,50% no IPP, graças ao impacto dos preços internacionais em algumas das principais atividades pesquisadas, como extrativas, refino, metalurgia e outros produtos químicos.

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“Houve um espalhamento dos aumentos de preços. Essa elevação (do IPP) agora tem menos a ver com o câmbio, são preços que estão respondendo a outros estímulos”, contou Brandão.

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Óleo de petróleo em bruto e minério de ferro ficaram mais caros no mercado internacional, puxando os aumentos registrados pelas indústrias extrativas (14,05%), refino de petróleo e produtos de álcool (4,47%), outros produtos químicos (2,35%) e metalurgia (1,87%).

“A alta no IPP tem muito a ver com o petróleo. O preço internacional subiu, explicado em parte pelo furacão nos Estados Unidos. A oferta menor de petróleo no mundo e também de produtos químicos (derivados de petróleo) impactou de certa forma essas atividades (extrativas, refino e outros produtos químicos). E o minério de ferro também aumentou, é outro item que vai ter impacto em metalurgia”, citou Brandão.

Entre as categorias de uso, a queda do dólar teve influência sobre a redução de 0,29% nos preços de bens de capital. Os aviões ficaram mais baratos, mas houve redução também em máquinas e equipamentos voltados para o setor agrícola, devido a descontos e ajustes feitos por algumas empresas, contou o gerente do IPP.

Já os bens de consumo duráveis ficaram 0,48% mais caros em setembro, com destaque para os aumentos dos automóveis.

“O que estamos concluindo é que as fábricas estão fazendo lançamentos de novos modelos de automóveis ao longo do ano, não mais concentrados no segundo semestre”, explicou Brandão.