O avanço na produção industrial de 10 das 14 regiões acompanhadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em março ante fevereiro não é sinal de reversão na tendência de queda, afirmou nesta terça-feira, 10, Rodrigo Lobo, técnico da Coordenação de Indústria do órgão. “Esses locais não recuperaram a perda recente”, disse.

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“Claro que um resultado positivo é sempre melhor que um negativo, mas não temos como cravar quando o momento de inflexão vai acontecer enquanto tivermos variáveis macroeconômicas deterioradas”, explicou Lobo, citando desemprego e renda em queda como fatores que retardam a recuperação.

O Amazonas, por exemplo, exibiu um crescimento de 22,2% na produção na passagem do mês, graças à atividade de bebidas. Mas não compensou a sequência anterior de nove taxas negativas, período em que acumulou perda de 25,6%.

Em São Paulo, o maior parque industrial do País, mesmo com o aumento de 1,5% em março ante fevereiro, a atividade está 25,4% abaixo do pico histórico observado em março de 2011. “O crescimento foi puxado por veículos, máquinas e equipamentos e produtos alimentícios, mas não é nada que indique reversão na tendência de queda”, disse Lobo.

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Outras regiões que tiveram crescimentos significativos foram Bahia (8,1%), por conta de veículos e derivados de petróleo, e Nordeste (4,1%). “Ambos estão distantes do ponto máximo de produção”, afirmou o técnico.

Santa Catarina e Rio de Janeiro também mostraram resultados positivos na produção em março ante o mês anterior. Em fevereiro, contudo, essas regiões atingiram mínimos históricos em termos de atividade.

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Na comparação com março de 2015, 13 das 15 regiões estão com queda na produção. Apenas o Pará, graças ao bom desempenho da indústria extrativa, e o Mato Grosso, no embalo do crescimento da atividade de alimentos, garantem expansão industrial, notou Lobo.