O mercado de trabalho brasileiro manteve a tendência de geração de vagas no trimestre encerrado em outubro, mas os postos de trabalho ainda são informais, de baixa qualidade, afirmou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em apenas um trimestre, foram criados 868 mil postos de trabalho. No mesmo período, porém, foram extintas 37 mil vagas com carteira assinada no setor privado. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta quinta-feira, 30.
“São postos de trabalho sobre uma plataforma informal. Isso é conhecido de crises passadas, é um primeiro momento da retomada. Então é aguardar para ver até quando essa expansão da informalidade vai se dar. Até o momento, não temos um sinal de recuperação da carteira assinada no País”, disse Azeredo.
Segundo o coordenador, a geração de vagas formais no setor privado depende ainda de uma recuperação maior da construção e da indústria, que absorvem grande contingente de trabalhadores com carteira assinada.
“A ideia é que dentro do setor privado, 100% dos trabalhadores tenham carteira”, ressaltou Azeredo.
Em três anos, o País perdeu 3,5 milhões de empregos com carteira assinada no setor privado, lembrou o pesquisador.