Alta na inadimplência de empresas desacelera em abril

A inadimplência de empresas no Brasil aumentou 13,4% em abril ante o mesmo mês de 2008. Foi o menor crescimento desde novembro de 2008, na mesma base de comparação, segundo o Indicador Serasa Experian de Inadimplência de Pessoa Jurídica, divulgado hoje. De acordo com o gerente de Indicadores de Mercado da Serasa, Luiz Rabi, a magnitude do índice começou a diminuir por causa da retomada gradual da economia do País e, principalmente, da volta gradativa do crédito.

“O grande determinante para o aumento da inadimplência durante a crise foi a escassez de crédito, mas do que a crise em si. Esperamos que, com a retomada do crédito, essa diminuição do avanço da inadimplência deva continuar acontecendo ao longo dos próximos meses”, afirmou.

No caso das dívidas com bancos, a empresa é considerada inadimplente e incluída na base do indicador se não regularizar a situação até dez dias após o recebimento de uma carta enviada pela Serasa. Esse comunicado é remetido aos inadimplentes após a Serasa receber as informações de seus clientes. Dessa forma, o critério de tempo para se considerar uma pessoa jurídica inadimplente é determinado pela empresa credora.

No acumulado de janeiro a abril deste ano, houve um aumento de 28,3% na comparação com o mesmo quadrimestre de 2008. No primeiro trimestre deste ano, na confrontação com o primeiro de 2008, o crescimento foi de 33,1%.

No confronto de abril sobre março deste ano, a inadimplência de empresas caiu 22%, o maior declínio desde abril de 2006, quando houve uma redução de 22,7% ante março daquele ano. Para os analistas da Serasa, a queda de 22% de abril sobre março não pode ser explicada exclusivamente por fatores sazonais (menor número de dias úteis em abril), uma vez que, de 2006 a 2008, o recuo médio histórico verificado nesta passagem foi de 10,8%.

Nos quatro primeiros meses de 2009, o ranking de representatividade da inadimplência das empresas foi liderado pelos tributos protestados, com 41,5% de participação no indicador. De janeiro a abril de 2008, esta representação foi de 42,4%.

Em seguida, estão os cheques devolvidos, que, no primeiro quadrimestre deste ano, equivaleram a 39,3% da inadimplência. Em igual período de 2008, esta participação foi de 38,5%. Fecham o ranking os débitos com os bancos, com 19,2% de representatividade nos quatro primeiros meses de 2009, acima dos 19,1% observados no primeiro quadrimestre de 2008.

De janeiro a abril de 2009, o valor médio das dívidas com os bancos foi de R$ 4.594,62, com 4,1% de crescimento ante o mesmo acumulado de 2008. Os títulos protestados no primeiro quadrimestre deste ano registraram um valor médio de R$ 1.806,40, o que resultou em 23,1% de aumento ante o período de janeiro a abril de 2008.

Por fim, os cheques sem fundos no primeiro quadrimestre do ano tiveram um valor médio de R$ 1.445,87, com 14,1% de alta, quando comparado com o primeiro quadrimestre de 2008.

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