Alta do PIB no trimestre e semestre é a maior desde 2004

Os crescimentos apurados no PIB do segundo trimestre de 2007 (5 4%) e no primeiro semestre deste ano (4,9%), na comparação com iguais períodos do ano anterior, foram os maiores apurados pelo IBGE desde 2004. Naquele ano, o crescimento no segundo trimestre havia sido de 7,5% e no primeiro semestre, de 6,4%.

O coordenador de contas nacionais do IBGE, Roberto Olinto, disse que a principal diferença na conjuntura econômica entre os anos de 2004 e de 2007 é que, enquanto no primeiro o setor externo tinha uma influência positiva fundamental sobre o PIB, no segundo o principal impacto está sendo dado pelo mercado interno.

A contribuição do setor externo para o PIB tem sido negativa desde o primeiro trimestre de 2006, porque as importações têm crescido em ritmo mais forte do que as exportações. Por outro lado, têm aumentado os resultados do consumo das famílias e da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que refletem a demanda interna

Financiamento externo

A capacidade de financiamento do Brasil com o exterior aumentou para R$ 1,209 bilhão no segundo trimestre deste ano em relação aos R$ 353 milhões do mesmo período do ano passado, segundo o IBGE. Isso interrompeu a trajetória de redução que vinha ocorrendo desde 2005, quando a capacidade de financiamento do segundo trimestre foi de R$ 3,667 bilhões ante R$ 4,351 bilhões no segundo trimestre de 2004.

O fator chave para explicar o aumento da capacidade de financiamento é que o País enviou menos R$ 2,8 bilhões em juros, lucros e dividendos ao exterior líquidos, descontando o que foi recebido pelo Brasil, em relação ao segundo trimestre do ano passado, segundo Cláudia Dionisio, da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE. O envio líquido de juros, lucros e dividendos tinha sido de R$ 16,5 bilhões de abril a junho de 2006 e caiu para R$ 13,7 bilhões em igual período deste ano.

O motivo para a redução da capacidade de financiamento que vinha acontecendo antes é a diminuição do saldo comercial devido ao maior crescimento das importações do que das exportações. Isso continua ocorrendo, mas a redução líquida nos juros, lucros e dividendos mandados no segundo trimestre foi ainda maior que a queda do saldo comercial.

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