Em meio à avaliação do Banco Central (BC) de que a atividade segue “aquém do esperado”, o Relatório de Mercado Focus indicou manutenção nas projeções de atividade para 2017 e 2018. Pelo documento divulgado nesta segunda-feira, 30, a mediana para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano seguiu com alta de 0,50%. Há um mês, a perspectiva também era de avanço de 0,50%.

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Para 2018, o mercado manteve a previsão de alta de 2,20%. Quatro semanas atrás, a expectativa estava em 2,30%.

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No dia 11, o Banco Central reduziu a Selic (a taxa básica de juros) de 13,75% para 13,00% ao ano. Uma das principais justificativas para o corte de 0,75 ponto porcentual foi justamente a fraqueza da atividade econômica. No último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado no fim de dezembro, o BC projetou recuo de 3,3% do PIB em 2016 e avanço de 0,8% para 2017. Já o Ministério da Fazenda trabalha com estimativa de crescimento de 1,0% para este ano.

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No relatório Focus desta segunda, as projeções para a produção industrial indicaram um cenário de leve recuperação neste e no próximo ano. O avanço projetado para 2017 seguiu em 1,00%. Há um mês, estava em 0,88%. No caso de 2018, a estimativa de crescimento da produção industrial permaneceu em 2,10%, mesmo porcentual de quatro semanas antes.

Já a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2017 passou de 50,82% para 50,90% no Focus. Há um mês, estava em 50,74%. Para 2018, as expectativas no boletim Focus foram de 54,75% para 55,00%, ante projeção apontada um mês atrás de 54,50%.

Balança comercial

Os economistas do mercado financeiro alteraram suas projeções para a balança comercial em 2017 e 2018. A estimativa de superávit comercial este ano foi de US$ 45,60 bilhões para US$ 45,10 bilhões, ante US$ 46,98 bilhões de um mês antes. Na estimativa mais recente do BC, o saldo positivo de 2017 ficará em US$ 44,00 bilhões.

Para 2018, os economistas do mercado projetam um superávit comercial de US$ 40,75 bilhões, acima dos US$ 40,25 bilhões calculados na semana anterior. Há um mês, a expectativa era de US$ 41,20 bilhões.

No caso da conta corrente, as previsões contidas no Focus para 2017 indicaram déficit de US$ 26,50 bilhões, ante os US$ 26,00 bilhões de uma semana antes. Há um mês, o rombo projetado estava em US$ 25,35 bilhões. Já a projeção do BC para o déficit em conta em 2017 é de US$ 28,0 bilhões.

O mercado alterou a estimativa de rombo nas contas externas em 2018, de US$ 35,00 bilhões para US$ 35,10 bilhões. Um mês atrás, o rombo projetado era de US$ 34,00 bilhões.

Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será mais do que suficiente para cobrir o resultado deficitário, tanto em 2017 quanto em 2018. A mediana das previsões para o IDP em 2017 seguiu em US$ 70,00 bilhões, mesmo valor de um mês antes. A projeção do BC para este ano é de IDP de US$ 75,00 bilhões.

Para 2018, a perspectiva de volume de entradas de investimento direto, de acordo com o Focus, foi de US$ 71,46 bilhões para US$ 71,93 bilhões, ante US$ 70,00 bilhões de quatro semanas antes.

Abertura dos dados

A abertura dos dados do Relatório de Mercado Focus desta segunda mostra que os economistas projetam uma retração do PIB de 3,50% em 2016. Essa expectativa é pior que à de uma semana antes, quando a projeção estava em -3,49%.

O Banco Central passou a publicar no último dia 16, no Focus, as projeções para 2017 e 2018, uma vez que a maior parte dos indicadores econômicos do ano passado já foi divulgada. Este não é o caso do PIB consolidado de 2016, que será anunciado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apenas em 7 de março. Pelo sistema de expectativas disponibilizado no site do BC, no entanto, é possível verificar quais são as projeções mais recentes do mercado para o PIB de 2016.

O mesmo vale para as projeções de produção industrial. A mediana das expectativas do mercado é de retração de 6,60% em 2016, um porcentual melhor que os 6,62% de queda de uma semana antes. O IBGE divulgará os números consolidados da produção industrial de 2016 em 1º de fevereiro deste ano.