A lista de material escolar para o próximo ano pode custar 35% a mais do que a deste ano. A informação é do presidente da Brasil Escolar – Associação Nacional de Papelarias, Alfonso dos Santos Theiss. A entidade reúne 560 papelarias de todo o País. O cálculo foi feito com base nas negociações da sua central de compras com os fabricantes.
Theiss explica que a central da associação reúne pedidos de todas as papelarias para conseguir um preço menor. Os resultados, contudo, não têm se mostrado muito animadores. O caderno está sendo considerado um dos vilões dessa alta. Theiss calcula que o produto vai ter um reajuste de até 40% em relação ao início deste ano.
Outros materiais também acompanham a onda. A régua e a caneta estão subindo 43% e o papel sulfite A4 deve aumentar em média 20%. “Não tem justificativa. O reajuste deveria acompanhar a inflação”, reclama Theiss. Ele diz que é compreensível que os itens importados subam um pouco mais. No entanto, fala que todos os papéis e seus derivados não poderiam ter uma elevação tão alta, já que são produzidos no País. Theiss conta ainda que a associação está fazendo uma pesquisa sobre o preço dos livros didáticos. Eles fizeram uma averiguação informal e constataram um aumento de 74% nos quatro títulos consultados.
Especulação
A gerente de uma papelaria em Curitiba, Gema Zanelatto, acredita que haverá um aumento nos preços das mercadorias, mas não acha que os preços são disparar. Aposta que vão acompanhar a inflação. “Nesta época tem muita especulação. Vai ter algum mecanismo que vai regular o aumento”, acredita. De acordo com ela, do começo do ano até agora, os papéis cortados foram os que mais subiram. Tiveram uma variação de 12%.
Orlete dos Reis, gerente de outra papelaria, está há 53 anos no mercado e diz que não faz idéia dos preços que os fabricantes vão estar praticando. “Já fiz o pedido, mas só vou saber do aumento na hora do embarque para a loja”, explica. Mas ela acredita que a maior alta vai se concentrar nos importados, principalmente nas mochilas. Do começo do ano para cá, avalia que os materiais subiram cerca de 12%.