O café da manhã do paulistano está mais caro. O preço do leite C, o mais consumido pela população, subiu 10% no varejo da capital paulista, de janeiro ao final de maio deste ano, segundo levantamento do Instituto de Economia Agrícola (IEA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. O preço médio passou de R$ 2,49 o litro para R$ 2,74, conforme a pesquisa. O leite B teve alta de 5% no período, passando de R$ 3,01 para R$ 3,15 no período.

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O consumidor em geral vai continuar pagando mais pelo leite em razão da queda na oferta do produto provocada principalmente pela redução na quantidade e qualidade das pastagens nesta época do ano, segundo os técnicos do Instituto. Somente no mês de maio, o preço do leite tipo C pago ao produtor registrou alta de 6,98%, enquanto o tipo B subiu 6,43% segundo o IEA. Pesquisa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, mostrou que em maio o preço pago ao produtor de leite nos principais Estados produtores – do Rio Grande do Sul à Bahia – foi o maior dos últimos cinco anos, média de R$ 0,98 por litro.

O recorde é reflexo da queda na produção devido à escassez de alimento para as vacas no período frio. O recuo mais expressivo na oferta, de 5,5%, ocorreu na região sul do País, mais sujeita a temperaturas baixas. No interior de São Paulo, desde o início de maio os produtores estão complementando a alimentação do rebanho com ração e forragem. A prática, que também encarece o custo de produção, deve continuar pelo menos até setembro, quando deve ocorrer a volta das chuvas.

O pecuarista Eugênio Zaccari, de Sarapuí, região de Sorocaba, usa um sistema de pasto rotativo para alimentar as vacas e fornece, ainda, silagem de milho e sorgo moídos com cana picada. Com a falta de chuva, o pasto diminuiu e a forragem foi afetada por uma geada há 15 dias, reduzindo a quantidade de nutrientes. Ele passou a misturar concentrado com vitaminas e sais minerais na alimentação das vacas. Mesmo com todo o cuidado, a produção já caiu 10%.

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